Leopoldo Costa
A tribo dos Massai, Masai ou Maasais habita a região centro norte da Tanzânia e a região sul do Quênia, na África Ocidental. Já foram mais numerosos e hoje não passam de 300.000 pessoas que vivem como seminômades, pastoreando o seu gado no território, enfeitado pelo monte Kilimanjaro ao leste, a planície de Serengeti a oeste e a cratera do vulcão extinto Ngorongoro ao sul.
Esse povo não pratica nenhuma forma de agricultura, os homens vivem cuidando das pastagens para que o gado seja alimentado.
Crêem que são os legítimos donos de todos os bovinos que existem na face da terra e por isto se sentem no direito de se apropriar do gado de outras tribos. Foi o deus Ngai que fez esta doação para eles, no mesmo momento quando separou o céu da terra.
A vida do povo Massai gira em torno do gado. Dele obtêm tudo. Usam leite de vaca misturado com sangue como alimentação para os mais novos e os idosos. As carnes do animal que abatem e todas as miudezas e gorduras são aproveitadas na alimentação. Usam a urina do gado para fins medicinais, o estrume para fazer reboque para as casas, os chifres para fazer vasilhames domésticos, os cascos como materiais para a confecção de ornamentos e o couro para a confecção de vestimentas e de redes de dormir.
Todos da tribo são responsáveis pelo pastoreio do gado e evitar que os animais ferozes matem as crias.
Existe um ritual do menino para entrar na sociedade dos adultos e ser reconhecido como guerreiro. Com a idade entre 13 a 17 anos os adolescentes são circuncidados com uma faca bem afiada numa cerimônia onde depois, o jovem recebe uma lança, um escudo e um punhal devendo sangrar um novilho e beber o seu sangue quente fluindo da veia jugular. Depois está pronto então para defender a tribo e o rebanho.
Existe um lema Massai que diz 'Deus nos deu o gado e as pastagens, sem as pastagens não haveria o gado e sem o gado não haveria os Massais.'
Numa crônica publicada no jornal 'Estado de Minas' de 23 de junho de 2002, Affonso Romano de Sant'Anna, conta uma interessante história de que sabedores da tragédia que em 11 de setembro de 2001 destruiu as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, os Massais decidiram doar 14 vacas para o governo dos Estados Unidos:
' (...) Num domingo reuniram-se numa clareira e realizaram uma cerimônia de benção de 14 vacas a serem doadas ao povo americano (...).
O cronista comenta 'que há três coisas que um Massai pode honrosamente dar como presente: uma criança, a terra e a vaca. E as vacas são os que os Massais têm de mais sagrado. Elas têm nome próprio e os proprietários conversam naturalmente com elas (..).'
Cientistas estão procurando entender como um povo que se alimenta apenas de proteína animal não tem problemas com colesterol e nem doenças cardíacas.
O prof. Laurent Fontaine do Canadá, num artigo publicado na revista 'Interface' de março/abril de 1999, menciona que 66% das proteínas totais consumidas pelos Massais são de matéria graxa de origem animal, perfazendo 2.000 miligramas por dia. Um terço é completado com resina de arvores e sumo de algumas ervas nativas da floresta.
Os cardiologistas ocidentais recomendam o máximo de 30% de matéria graxa animal para uma dieta saudável.
A longevidade média dos Massais é de 50 anos, não diferente da média de vida de toda a África Ocidental e a ocorrência de morte por problemas de coração é o sexto motivo de óbito, vindo após a morte por infecção, morte por malária, morte por febre tifóide, morte por ferimentos de guerra e morte por ataque de leopardo.
O pesquisador Timothy Johns, diretor de estudos sobre a nutrição da Universidade McGill, estudou o cardápio dos Massais e chegou à conclusão que como usam resinas de arvores e ervas cozidas junto com as carnes, estas exercem poder antioxidante e previnem do aumento de nível do colesterol ruim. Para esta conclusão estudou cerca de 20 plantas consumidas pelos Massais, dentre as quais a seiva da figueira e da acácia.

Meu cardiologista me disse uma vez que o que mata é o sedentarismo e o stress da vida moderna nas grandes e médias cidades.
ReplyDeleteDeve ser verdade, veja o caso dos Masai. Além disso é de conhecimento geral que muitas pessoas vivem na área rural fumando cigarro de palha e comendo carne de porco, entretanto levando uma vida saudável, com exercícios físicos e alimentos naturais, sem serem escravos do relógio.
Conheço pessoas que viveram no campo até os 90 anos andando à cavalo enquanto outras nas cidades com 65 anos já estavam usando fralda geriátrica.