2.19.2011

OS BUBALINOS

Leopoldo Costa

CLASSIFICAÇÃO

Inicialmente, os bubalinos eram classificados pelos zoólogos, como integrantes da mesma subfamília dos bovinos. Mais tarde foram descobertas diversas diferenças anatômicas entre os bovinos e os bubalinos, e sendo assim, foram reclassificados como duas subfamílias próprias, a do Bubalus (Búfalo asiático) e a do Syncerus (Búfalo africano).



Os búfalos asiáticos são divididos em dois subgêneros: o Bubalus e o Anoa. O Bubalus por sua vez divide em duas espécies: o B. bubalis e o B. mindorensis. Os africanos em um subgênero (Syncerus caffer) com duas espécies: S. caffer caffer e S.caffer nana.

É interessante observar que a palavra da língua inglesa ‘buffalo’ tem a sua etimologia na palavra ‘búfalo’ em português, sendo o seu primeiro registro de seu uso datado de 1588.


RAÇAS DE BUBALINOS

a) ANATOLIANA

O búfalo Anatoliano que é encontrado na Turquia e tem como ancestral o búfalo indiano, chegou a península de Anatólia durante as migrações dos muçulmanos ocorridas no século VII. É também conhecida como raça Turca ou Anadolu. A população atual é estimada em 110.000 cabeças, concentradas na região próxima ao mar Negro e no norte da Turquia.
São animais pretos de pelos longos e rabo branco com altura de 138 cm e peso corporal entre 200-500 kg.
As fêmeas são boas produtoras de leite e os machos atingem peso de abate entre 300-350 kg na idade de 18-20 meses.

b) ANOA

Também conhecido como ‘búfalo anão’. Tem a aparência de um cervo e pesa entre 150 e 300 quilogramas.
Existem duas espécies nativas das florestas tropicais da Indonésia: o anoa das várzeas (B. depressicornis) e o anoa das montanhas (B. quarlesi).
Ambos são encontrados na ilha de Sulawesi (Celebes) na Indonésia e o anoa da montanha pode também ser encontrado na ilha vizinha de Buton. Anoa significa ‘búfalo’ na língua falada em Sulawesi.
Eles costumam viverem sozinhos ou em duplas. As búfalas dão uma cria por ano e o período de gestação é de 9 a 10 meses.
Podem viver até 30 anos e atingem a maturidade sexual entre 2 e 3 anos.
Desde a década de 1960, ambas as espécies de anoa estão ameaçadas de extinção e a população está decrescendo. Acredita-se que hoje existam um pouco mais de 5.000 animais de cada espécie. A diminuição da população se deve a caça predatória que os nativos empreendem para aproveitar a carne e os chifres. Outro motivo que colabora com a sua extinção é a perda de habitat devido ao avanço da colonização.
O ‘anoa da várzea’ mede um pouco menos de um metro de altura. Como os búfalos asiáticos têm nas costas os pelos em sentido invertido. Podem apresentar manchas brancas abaixo dos olhos, nas pernas e nas costas. Os chifres das fêmeas são menores do que os dos machos.
O ‘anoa da montanha’ é bastante parecido com o ‘anoa da várzea’. Diferencia por ter uma capa de lã marrom escura ou preta. Os machos são mais escuros do que as fêmeas.
O ancestral do anoa parece ser uma espécie de búfalo extinto, cujos fósseis foram encontrados nos montes Siwalik no norte do subcontinente Indiano.

c) BUFALO AFRICANO

O búfalo africano ou cafre (Syncerus caffer) é um mamífero bovino nativo de África. Tem duas subespécies, o Syncerus caffer caffer, que geralmente é preto e habita as savanas ocidentais da África e é duas vezes maior do que a outra subespécie, o Syncerus caffer nana . O búfalo africano é um herbívoro de grandes dimensão podendo atingir 1,7 metro de altura, 3 metros de comprimento e 900 kg de peso.
Também chamado de búfalo-do-cabo, é encontrado normalmente nas pradarias e nas savanas da Etiópia, Somália, Zâmbia, Zimbábue, Namíbia, Botswana, Moçambique, África do Sul, Quênia e Tanzânia.
Antes da chegada dos colonizadores europeus a população do búfalo africano era de mais de 10 milhões de animais. Atualmente estima-se que sobrevivem apenas 900.000 porém, é considerado um animal fora do risco de extinção, devido a proteção em parques nacionais e em reservas particulares.
O Syncerus caffer nana é um animal vermelho que habita as florestas tropicais. É um pouco menor do que o S. caffer caffer. A fêmea é maior do que o macho.

d) BHADAWARI.

Raça encontrada em Agra, no estado de Bhadawari, e no estado de Etawah na Índia. É uma das mais reconhecidas raças de búfalo da India e está perigosamente ameaçada de extinção.
As fêmeas têm produção medíocre de leite de sabor acentuadamente doce e com alto teor de gordura que pode alcançar até 13 por cento. O período de lactação é curto, de cerca de 7 a 8 meses. Os machos são considerados bons animais de tração e é usado para arar as plantações de arroz em terrenos pantanosos.
O macho adulto pesa em média 476 kg e a fêmea em média 386 kg. Apresenta porte médio com as formas angulosas. Tem a cor acobreada com poucos pelos pretos na raiz e avermelhados nas extremidades. Os chifres são pretos e tem uma forma bem diferenciada é achatado, saindo para trás, dirigindo para cima e depois, para dentro. A cauda é longa e fina.
Podem suportar condições climáticas adversas, por exemplo, habitats onde a temperatura pode alcançar até 48ºC no pico do verão.
A referência mais antiga sobre a raça apareceu em 1941, quando Zachariah descreveu esta raça como "Bhadawan" e observou ser o melhor dos bubalinos encontrados nos distritos de Agra e Etah, no estado de Uttar Pradesh. O conhecimento universal desta raça aconteceu depois da descrição pormenorizada realizada por Kaura em 1950.

e) CARABAO

É uma raça de búfalos (Bubalus bubalus) encontrada nas Filipinas, em Guam, na Indonésia, na Malásia e várias partes do sudeste da Ásia. É chamado de ‘búfalo do pântano’. Por excelência é um animal de lida, tanto para arrastar o arado, quanto para tracionar a carroça usada como transporte dos produtos para o mercado. A raça é a mais adaptada às regiões pantanosas e no Brasil é encontrado no Pará, na ilha de Marajó.
Como o Carabao não tem glândulas sudoríparas refresca-se deitando na lama durante o calor do dia. O barro que seca sobre o seu corpo, ajuda a protegê-lo de picadas de insetos.
O Carabao pode ser usado como produtor de leite, substituindo a vaca, como ser abatido para fornecer a pele e a carne. Sua vida útil é de 18 a 20 anos e a fêmea pode produzir uma cria por ano.
Apresenta perfil craniano retilíneo com chanfro também reto. Chifres longos, grandes e fortes, de seção triangular emergindo lateralmente da cabeça e dirigindo-se em posição horizontal para fora e depois, para trás e para cima. Orelhas de tamanho médio horizontais e cobertas de pêlos longos e claros. Pelagem cinza escura ou rodilha, sendo portadores de manchas de tonalidade clara ou branca nas patas, no pescoço logo abaixo da mandíbula e próximas ao peito em forma de listras circulares e paralelas.
Seu nome equivalente em filipino é ‘kalabaw’ e em malaio é ‘kerbau’

f) CAUCASIANO

A raça é também conhecida como Azeri e originou-se dos primitivos búfalos que habitavam as margens do rio Indo no subcontinente Indiano.
Existem evidências que este tipo de búfalo já era criado no Loresan no Irã no século IX a.C, pois foram encontradas gravuras em bronze de seis cabeças de búfalo datadas deste período.
Hoje o rebanho de búfalos Caucasiano é de aproximadamente 600.000 cabeças, concentrados no Irã e no Azerbaijão. Na década de 1940 era encontrado em boa quantidade também na Geórgia e Armênia, mas hoje existem poucos exemplares.
A raça é composta de animais pretos, de chifres curtos, que crescem para trás. Os machos e as fêmeas têm quase a mesma altura (entre 130 e 135 cm) e o mesmo peso médio (entre 500 e 600 kg). Os machos atingem com 15 meses o peso de 300 kg e estão prontos para abate. As fêmeas num período de lactação de 220 dias produzem 1.400 kg de leite.

g) EGÍPCIO.

Os búfalos foram introduzidos no Egito, provenientes da India, Irã e Iraque, durante a primeira metade do século VII.
Existem duas espécies no país o Baladi no Baixo Egito e o Saadi ou Saidi no Alto Egito, porém a diferenciação é apenas geográfica.
A raça, que tem uma população de 3.700.000 animais no Egito, é a principal responsável pelo fornecimento de leite à população. O período de lactação das fêmeas é entre 210 a 280 dias e cada uma produz entre 1.200 kg a 2.100 kg por período, com gordura variando entre 6 a 7%. A cor é cinza-escura e possui pequenos chifres curvados.
Os machos podem ser abatidos pesando 500 kg, com a idade entre 18 e 24 meses.
Os machos têm uma altura média de 178 cm e o peso médio de 600 kg. As fêmeas têm uma altura média de 144 cm e o peso médio de 500 kg.

h) JAFFARABADI.

Uma das primeiras referências a raça Jaaffarabadi é datada de 1938.
Tem uma população de aprox. 600.000 cabeças, concentrados no norte de Gujarat, entre os rios Mahi e Sabarmati.
É preto com chifres grandes, direcionados para baixo e abertos. É menos compacto e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina com uma curvatura longa e harmônica. Tem testa proeminente lembrando um boi da raça Gir.
O peso médio do animal adulto macho é entre 600 a 1.500 kg, com uma altura de 142 cm. A fêmea tem uma altura média de 140 cm e o peso médio variando entre 500 a 800 kg.
As fêmeas têm um período de lactação de 350 dias, produzindo entre 1.800 e 2.700 kg de leite com 8.5% de gordura.
Prefere as regiões de pasto abundante não necessariamente sempre verde, pois necessita de grande volume de massa para gerar energia.
No Brasil os primeiros exemplares não puros, mas mestiços com Murrah, foram trazidos por Virmondes Martins Borges em 1919/1920 para sua fazenda de Uberaba. Em 1962 houve outras importações, desta vez de animais puros.

i) JERANGI

São pequenos búfalos pretos (sua altura não passa de 120 cm) com chifres cônicos que crescem para trás. São usados como animais de transporte devido ser bem ligeiro no seu caminhar.
São encontrados nas colinas de Jerangi em Orissa, no norte de Visakhapatnam e no oeste de Ganjam em Andhra Pradesh na Índia.

j) KUHZESTANI (BÚFALO IRAQUIANO)

São animais de difícil manejo que podem ser encontrados no Irã (Kuhzestão e Lorestan) e no Iraque, principalmente no sul.
São os maiores búfalos do mundo, podendo os machos aingirem 148 cm e o peso de 800 kg. As fêmeas medem 141 cm de latura e peso médio de 600 kg. Num período de lactação de 200 a 270 dias elas produzem entre 1300 kg e 1400 kg. São arredias e estranham as pessoas que não costumam conviver com elas, diminuindo a produção de leite.

k) KUNDI

Tem aptidão leiteira e é encontrado no Paquistão em Dadu, Hyderabad, Karachi, Larkana, Nawabshab, Shanghar e em outros distritos da província de Sind, na fronteira com o Beluquistão.
Hoje é a segunda raça mais importante no Paquistão, com uma população de 5.500.000 animais.
Uma fêmea adulta da raça tem um período de lactação de 320 dias e produz uma média de 2.000 kg de leite com 5% de gordura.
É uma raça de tiro que foi domesticada no vale do rio Indo em 6.500 a.C.
O peso do animal na maturidade alcança 700 kg para o macho e 600 kg para a fêmea. A cor é preta, retinta, encontrando também animais de pelagem parda. Os chifres são grossos na base, inclinados para trás e para cima, terminando em forma de anzol. O nome Kundi deve-se a essa similaridade. A palavra significa ‘anzol’.

l) LIME

Seu ancestral é o búfalo índiano selvagem (Bubalus arnii) que foi domesticado no Nepal. Pode ser encontrado nas altas montanhas e nas colinas do país. É um animal pequeno de cor marrom clara e tem chifres curvados para trás e paralelo ao pescoço. Mede apenas 115 cm de altura e pesa em torno de 400 kg.
As fêmeas, que legalmente não podem ser abatidas, têm um período de lactação de 351 dias, quando produzem uma média de 875 kg de leite com 7% de gordura.
Existe uma população de 700.000 cabeças no país.

m) MANDA

É uma raça desenvolvida na região fronteiriça entre Orissa e Andhra Pradesh, na Índia, a partir da seleção dos melhores exemplares das raças autóctones locais. Apresenta animais que podem ser cinza ou marrom e de grande resistência aos rigores do verã.o. Não são animias para a produção de leite
Hoje existem cerca de 100.000 animais da raça.

n) MEDITERRÂNEO

O búfalo Mediterrâneo ou Europeu tem sua origem também no búfalo indiano. Chegou à Europa durante a expansão e conquista dos árabes muçulmanos nos séculos VI e VII.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o advento da mecanização agrícola, a população destes animais caiu drasticamente. Hoje estima-se que exista menos de 500.000 cabeça em todo o mundo, sendo 265.000 na Itália, 100.000 na România, 10.000 no Brasil e o restante na Grécia, Albânia, Macedônia e outros países europeus.
Os machos atingem a idade de abate entre 12 e 15 meses com um peso entre 250 e 400 kg.
As fêmeas, que têm um período de lactação de 270 dias, podem produzir entre 900 e 4.000 litros de leite (dependendo do manejo) por período, com 8% de gordura.
Tem porte médio e é medianamente compacto. Apresenta perfil craniano convexo e chanfro de retilíneo a sub-côncavo. Chifres longos, fortes e grossos, de seção ovalada ou triangular, dirigidos para trás, para fora e para o alto terminando em forma semicircular ou de lira. Olhos arredondados, levemente projetados, vivos, límpidos e pretos. Orelhas de tamanho médio e em posição horizontal. Forte correlação entre a cor dos pelos e da pele em todo o corpo, sendo pretos os pelos e a pele. A cor preta estende-se também aos chifres, cascos, espelho nasal e mucosas aparentes.
No Brasil foi introduzido na década de 1920 pelo industrial Francesco Matarazzo (1854-1937), que importou alguns animais da Itália para a sua fazenda em Santa Rita do Viterbo (SP).

o) MEHSANA

A raça, que é uma seleção de várias outras raças indianas de bubalinos, é distribuída nos distritos de Mehsana, Banaskantha e Sabarkantha, no norte do estado de Gujarat.
É uma raça com aptidão para a produção de leite. Num período médio de lactação de 305 dias produz uma média entre 1.800 e 2.700 quilos de leite, com até 8% de gordura.
Uma das primeiras referências sobre a raça Mehsana é datada do ano de 1940.
A população de animais da raça é de 400.000 cabeças. O macho pesa uma média de 570 kg e a fêmea 430 kg.
Apresenta corpo alongado, cabeça comprida e pesada, chifres espiralados e cor preta. As fêmeas têm úberes desenvolvidos e tetas um pouco duras.

p) MURRAH.

É uma raça de bubalinos leiteiros selecionada no nordeste do subcontinente Indiano. Teve a sua origem na região central de Haryana, de onde expandiu para Punjab, vales dos rios Ravi e Sutley, norte de Sind e Uttar Pradesh.
É a raça de búfalo produtor de leite, mais conhecida no mundo. Num período de lactação médio de 305 dias produz em média 1.800 kg de leite com 7% de gordura.
Apresenta animais com conformação média e compacta, cabeças leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. O nome ‘Murrah’ em hindu significa ‘espiralado’, devido a este detalhe. São pretos com manchas brancas, principalmente no rabo e tem orelhas curtas. Na idade adulta os machos alcançam a média de 142 cm de altura e o peso de 750 kg. A fêmea a altura de 133 cm e peso de 650 kg.
No Brasil os primeiros exemplares não puros, mas mestiços com Jaffarabadi, foram trazidos por Virmondes Martins Borges em 1920 para Uberaba.

q) NAGPURI

Raça desenvolvida na Índia com base nas raças autóctones locais e criado principalmente em Nagpur e Berar, distritos de Madhya Pradesh.
São animais pretos podendo apresentar manchas brancas na cara e nas patas. Os chifres podem medir até 65 cm de comprimento. Os machos têm uma altura de 140 cm e pesam 522 kg enquanto as fêmeas têm uma altura de 130 cm e pesam 408 kg.
O rebanho de Nagpuri hoje é estimado em 600.000 cabeças.

r) NILI-RAVI.

A domesticação dos bubalinos de tiro, no vale do rio Indo ocorreu em 6.500 anos antes de Cristo. O Nili e o Ravi fizeram parte dos animais domesticados. Eles sobreviveram como raças distintas até 1950, quando em razão de vários cruzamentos entre si, elas perderam a identidade. Assim, Nili-Ravi tornou-se o nome da raça.
É a raça de maior expressão no Paquistão, sendo também popular na Índia e no Punjab. O rebanho é estimado em 6.500.000 cabeças.
Tem muito semelhança com os animais da raça Murrah, exceto nas manchas brancas que trazem nas extremidades. Os machos medem 135 cm de altura e pesam 700 kg e as fêmeas medem 125 cm de altura e pesam 699 kg. Os animais com manchas brancas são chamados de Panj Kalian.
É preto e apresenta cabeça comprida e convexa e pequenos chifres encurvados. Nas fêmeas o úbere é bem desenvolvido com veias proeminentes, garantindo uma boa produção de leite. Num período de lactação de 305 dias as fêmeas produzem uma média de 2.000 kg de leite com 6.5% de gordura.

s) PANDHARPURI

A raça é nativa das regiões áridas do norte do estado de Maharashtra, principalmente Solapur, Kolhapur e Sanghi, na Índia.
O nome é derivado da cidade de Pandharpuri em Solipur.
Apresenta cabeça comprida e estreita, chifres afiados e retos ou espiralados que podem medir até 50 cm. Tem uma altura entre 1m e 1,5m, a maioria é preta com manchas acinzentadas nas pernas e na cauda, pesa entre 450 e 470kg.
As fêmeas têm úberes compactos e tetas cilíndricas. Em 305 dias de período de lactação produzem 1.400 kg de leite, têm a primeira cria com 45 meses e um intervalo de 465 dias entre os partos.

t) PARKOTE

É um búfalo que vive nas colinas e nos vales dos rios do Nepal. É costumeiro o seu cruzamento com o Lime (outro búfalo nepalense) e com o Murrah.
Sua população deve atingir 500.000 cabeças.

u) SAMBALPURI

A raça é de animais pretos com o rabo branco, chifres finos e pequenos em forma de meia lua que inicialmente é direcionado para trás e no final tem a ponta para a frente. São encontrados em Bilaspur, no estado de Madhya Pradesh na Índia.
Têm um excelente rendimento para abate. As fêmeas num período de lactação de 350 dias fornecem em média 2.400 litros de leite.

v) SURTI

É uma das mais importantes raças dos estados de Guajarat e Rajasthan na Índia. A primeira referência sobre ela data de 1940. É nativa de Kaira e Baroda em Guajarat.
Existe um rebanho de cerca de 500.000 animais.
Os chifres são médios e horizontais. A cor é preta ou parda. É um animal bem conformado e de talhe médio. A aparência geral denota muita vivacidade. Os olhos são salientes. Uma peculiaridade é que os animais da raça têm são dois colares brancos, um em volta do queixo e outro no peito.
Os machos têm uma altura de 131 cm e pesam 700 kg.
As fêmeas têm uma altura de 124 cm e pesam entre 550 kg e 650 kg. Num período de lactação de 350 dias, produzem 2.090 kg de leite com gordura entre 6.5% e 8%.

w) TARAI

Originário da região de Utter Pradesh, entre Tanakpur e Ramnagar, na Índia.
A população é de 940.000 animais. Os machos têm uma altura de 127 cm e pesam 375 kg. As fêmeas 120 cm de altura e 325 kg de peso e produzem pouco leite: apenas 450 kg em 250 dias de lactação, uma média de 1,8 kg/dia.
Tem chifres longos e achatados, dirigidos para trás e depois, para cima. Suportam perfeitamente o clima inóspito da região que além de muito quente, oferece alimentação fraca e é infectado por muitas parasitas.

x) TODA.

Habita o planalto de Nilgires na parte sul do estado de Madras, na Índia.
É uma raça semi-selvagem, cuja população é de apenas 6.000 cabeças.
Apresenta construção sólida, chifres volumosos, saindo para os lados e curvando para cima, para dentro e para trás. Caminha de cabeça baixa e parece bastante com o bisão americano.
Os machos e as fêmeas têm quase a mesma altura (entre 150 cm e 160 cm) e pesam 380 kg.

y) TAMARAW

O tamaraw (Bubalus mindorensis) é o único bovino nativo das Filipinas e vive na ilha de Mindoro. Foi pela primeira vez documentado em 1888 e a ilha de Mindoro que nesta época era inabitada e infestada de malária. Só depois da descoberta e universalização da vacina anti-malária e que a ilha começou a ser habitada. A colonização e a caça predatória provocou a redução drástica do rebanho. Em 1950 existiam apenas 250 animais e hoje, graças as providências do governo filipino estabilizou-se em torno de 200 cabeças.
Os animais adultos têm coloração marrom escuro ou cinza, sendo mais peludo do que o B. bubalis. As patas são curtas e vigorosas e os cascos têm manchas brancas. Grande parte dos animais apresenta um par de listras cinza claro, que começa no canto dos olhos indo até os chifres. Pesa cerca de 300 kg e os chifres são retos e curtos.

OS BUBALINOS NO BRASIL

Os primeiros búfalos foram introduzidos na ilha de Marajó em 1890 importados da ilha de Trinidad, daí disseminaram-se para outras regiões do país.

Existem registros da mesma época, que relatam que em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro também existiam alguns búfalos de origem e raça não definidas.
Existem no Brasil búfalos de tipo e origem indiana e búfalos da raça Mediterrânea, provenientes da Itália.

Os animais de origem indiana predominam-se nos rebanhos existentes nos estados de Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Paraná. São descendentes de uma dezena ou mais de animais que foram importados da Índia, junto com os carregamentos de gado zebuíno, na primeira metade do século XX.

Em 1919, o criador mineiro Virmondes Martins Borges de Uberaba, estando em visita á Índia para importar gado Zebu, achou por bem incluir dois casais de búfalos no seu carregamento. Manteve um casal na sua fazenda e o outro casal cedeu ao seu compadre, criador de Cássia (MG), Antonio Machado de Azevedo.

Em 1920 outros criadores da cidade de Cássia voltaram a Índia e trouxeram junto com os Zebus, mais alguns casais de búfalos, adquiridos na cidade de Bombaim. Não eram animais de raça pura mais cruzamentos entre as raças Jaffarabadi e Murrah. A cidade de Cássia se tornou um centro de criação de búfalos no Brasil.

Quem introduziu os búfalos no estado de São Paulo foi Antonio Jacinto Sobrinho em sua fazenda de Franca. Os animais vieram de Cássia, que é próxima da cidade paulista.

No ano de 1961 foram efetuadas as últimas importações de animais puros e depois o governo brasileiro proibiu as importações em razão do perigo de doenças transmissíveis.

Segundo os registros oficiais entre 1890 e 1961 entraram no Brasil 256 búfalos.

Os búfalos da raça Mediterrânea, de origem italiana, foram primeiramente importados pelos criadores paulistas na década de 1920. Alguns destes animais, importados por Francesco Matarazzo (1854-1937), foram enviados para uma de suas fazendas na cidade de Santa Rosa de Viterbo (SP).

Na ilha de Marajó, primeira região do Brasil a receber búfalos, está localizado o maior rebanho do Brasil. Existem na ilha mais de 300.000 cabeças entre os domesticados e os que vivem em estado selvagem. Três tipos são os predominantes: O Preto Marajoara, de maior contingente, produto do cruzamento do Carabao com o Mediterrâneo; o Rosilho, que é bem semelhante ao Carabao, tendo a cor clara e vivendo em estado selvagem; e os da raça Jaffarabadi, importados de Minas Gerais e São Paulo. Os búfalos na região são mais usados como meio de transporte.

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