4.21.2011

A CARNE NO CARDÁPIO DOS BRASILEIROS

Dizer que o brasileiro é fã de churrasco não é exagero. A carne bovina é a favorita no País, que registra um consumo per capita de 40 kg/ano (contra 30 kg de aves e 12 kg de suínos). Na Argentina, um dos poucos lugares do mundo onde a carne é mais apreciada do que aqui, esse índice representa quase o dobro. 
Mesmo assim, os que conseguem comer carne no Brasil elevam o consumo total a 6 milhões de toneladas/ano, enquanto o país vizinho (muito menor em área e em população) fica com 2,6 milhões de toneladas anuais. O padrão local é bem diferente do registrado na maioria dos países, já que no mundo a carne mais consumida é a suína, vindo em seguida a de frango e, por último, a bovina. 
Aqui, a carne bovina ocupa o primeiro posto (46% do consumo per capita de carnes), a de frango o segundo (38%) e a de suíno vem em seguida, com 16%.
Utilizando-se da mesma criação extensiva que até poucos anos atrás era criticada como de pouca tecnologia e baixa produtividade, o Brasil hoje é o maior exportador de carne bovina do mundo, oferecendo ao mercado internacional um produto de especial qualidade: o boi "ecológico", alimentado com pasto natural. 


O fato de a produção estar voltada em sua maior parte para o consumo interno não é considerado entrave para o crescimento das exportações. Atualmente, a pecuária ocupa uma área de 100 mil hectares e, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), esse espaço pode ser ampliado em mais 300 mil hectares sem comprometer a Amazônia. 
Também é possível agregar mais produtividade à criação sem apelar para o confinamento (feed lots), como fazem Estados Unidos e Austrália, países que compensam o tamanho relativamente pequeno do rebanho com a redução do tempo de engorda para até 20 meses, quando em criação extensiva o prazo é de três anos.


Segundo a Abiec, a primeira meta de expansão das exportações é abocanhar 20% de market share na União Européia, cujos principais fornecedores externos estão hoje no Leste Europeu e no Oriente Médio. Mas conquistar clientes nesse setor não é tarefa fácil. Mundialmente, o mercado de carne bovina é pouco flexível, com uma demanda por exportação fixada em torno de 5,7 milhões de toneladas/ano. 


E a política protecionista dos países desenvolvidos em relação ao Brasil é pior do que o efeito da doença da vaca louca sobre os europeus.
Desde o Acordo Agrícola, firmado em 1994 segundo os critérios da Organização Mundial do Comércio (OMC), esperava-se que a liberalização comercial definida para o setor fosse seguida à risca. No entanto, a queda nos preços das matérias-primas agrícolas fez com que nesse período fossem registrados os patamares mais altos de subsídio.
Por exemplo, 49% da receita da agricultura na União Européia provieram dos governos. Nos EUA, foram 24%, e, no Japão, 65%.


EM SÃO PAULO


A carne bovina é responsável por 13,2% dos gastos com alimentação domiciliar de uma família1, atrás em importância somente do leite. Por ser alimento nobre e indispensável na mesa dos consumidores, as variações de preços são significativas, principalmente para aqueles de baixa renda.
Em 2005, São Paulo produziu o volume de 78,21 milhões de arrobas de carne bovina, o que torna a bovinocultura de corte uma das principais atividades agrícolas do Estado. O valor da produção da carne bovina foi de R$ 4,3 bilhões, que corresponde a 15,4% do valor da produção agropecuária (VPA) total do Estado, de 27,82 bilhões2, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
A cadeia produtiva da carne bovina compreende um conjunto de agentes interativos, que são os fornecedores de insumos, os sistemas produtivos (pecuária), as indústrias de transformação, a distribuição e comercialização e os consumidores finais (interno e externo).

http://correiogourmand.com.br/ editado por Leopoldo Costa

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