4.30.2011

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS

Os animais domésticos são criados pelos seres humanos para seu proveito e reproduzem-se sob o seu controlo. Dependendo das funções a que são destinados, as diversas espécies de animais domésticos apresentam um aspecto diferente, em maior ou menor grau, dos seus parentes em estado selvagem.

O cão é o animal doméstico mais antigo, dado que descende dos lobos domesticados já no final do Paleolítico (c. de 13000 anos a.C.). Seguiram-se as ovelhas e as cabras, primeiras espécies importantes do ponto de vista económico. As relações destas espécies com o ser humano são diferentes das que este mantém com o cão. Tal como as plantas cultivadas, os animais domesticados representam a principal fonte de alimentação, ou inclusivamente a única, das populações agro-campesinas sedentárias, que se desenvolveram a partir de 10000 a.C. no Crescente Fértil (região actualmente ocupada pela Síria, Israel, Iraque e Irão). Pouco tempo depois, bovinos e suínos eram também domesticados. Desde 8000 a.C., estas quatro espécies de animais, assim como os conhecimentos para a sua criação, expandiram-se atéà Europa ocidental, ultrapassando os Balcãs e as costas mediterrâneas, no contexto da «revolução neolítica». A sua presença na Suíça foi comprovada a partir do ano 5000 a.C. Durante o período de transição da economia de caça e recolha para a economia de produção, assim como durante os períodos de escassez (nas épocas de más colheitas por condições meteorológicas adversas, por exemplo), os seres humanos continuaram a caçar e a recolher alimentos. Não obstante, durante o Neolítico, a economia de produção estabilizou (na Suíça, desde 5500 até 2400 a.C.). Desde o final deste período, dispunha-se de uma riqueza pecuária estável que garantia 80% ou mais da alimentação de carne, conseguida pelo aperfeiçoamento dos conhecimentos e dos instrumentos agrícolas, pelo desbravar de terrenos (anteriormente cobertos por frondosos bosques), e pela adaptação às condições regionais.

A importância e a utilização das espécies de animais domesticados tiveram grandes flutuações no decurso dos milénios, devido às tradições culturais e às condições ambientais, assim como ao aperfeiçoamento dos recursos e dos conhecimentos agrícolas (por exemplo, os cuidados a ter com o gado durante os invernos rigorosos). O certo é que estes animais sempre tiveram muita importância na região da Suíça, já que, para além da carne, forneciam leite, couro, chifres e ossos; das ovelhas obtinha-se a lã. As primeiras indicações concretas da utilização de bovinos como animais de tracção encontram-se na civilização Horgen (c. 3400 a 2800 a.C.). Assim o evidenciam os vestígios de jugos e, no caso dos bovinos, a dilatação das articulações das falanges, os corpos mais robustos e a alteração da idade da matança. O mais provável é que, desde 2700 a.C., se utilizasse com regularidade na Suíça a lã de ovelha. O leite tomou-se parte da actividade agrícola numa escala intensiva muito mais tarde, embora já anteriormente se reservassem pequenas quantidades para o consumo humano.

Às cinco primeiras espécies de animais domésticos conhecidos na Europa (cão, vaca, porco, ovelha e cabra) foram-se juntando outras ao longo do tempo. O cavalo, por exemplo, foi domesticado nos finais do Neolítico; a galinha, nos finais da Idade do Ferro (c. 400 a.C.); o burro, a mula, o gato, o pombo e o ganso na época romana; o pato e o coelho na Idade Média e, por último, o peru e o porco da Índia são importações do Novo Mundo. Uma nova dimensão no relacionamento entre humanos e animais domésticos evoluiu recentemente com a utilização destes como animais de laboratório, o que levou, por exemplo, à criação de novas espécies de ratos.

Autores: Renate Ebersbach & Jörg Schibler in www.triplov.com/hist_fil_ciencia/  Editado e adaptado para ser postado por Leopoldo Costa

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