Leopoldo Costa
Durante a construção do novo terminal no aeroporto de Heathrow de Londres, em 2003/2004 foi possível encontrar restos arqueológicos que puderam fornecer muitas informações sobre os povos que habitam essa região e seus hábitos, desde os caçadores-coletores da Idade da Pedra à cerca de 8.000 anos atrás.
Uma equipe de 80 arqueólogos trabalharam junto com as equipes de construção que prepararavam o terreno de 100 hectares (250 acres), onde o quinto terminal do aeroporto de Heathrow foi construído.
Os arqueólogos encontraram objetos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro, da época da dominação romana, da época da invasão dos saxônicos, da Idade Média e mais tarde ainda, traços até da cultura da Idade da Pedra.
Os pesquisadores identificaram 80 mil objetos arqueológicos, incluindo 18 mil peças de cerâmica, 40.000 peças trabalhadas de sílex e até uma tigela de madeira que data da Idade do Bronze, a mais de 3.000 anos atrás.
De acordo com Ken Walsh, diretor do projeto, as escavações demonstraram que a agricultura nestes locais começou por volta de 2.000 a.C pelo menos 500 anos antes do que tinha-se pensado.
Nas escavações foi encontrado uma estrada pré histórica cercada de valetas de 4 quilômetros de comprimento por cerca de 20 metros de largura. Parecia ter tido um significado religioso, pois os limites dos campos cultivados passavam em volta dela e não a atravessavam, uma marca evidente de respeito. Durante a Idade do Bronze em torno de 1.500 a.C, os limites dos campos avançaram por toda a estrada, um sinal de que já não era mais venerada.
O acesso para o gado beber água nos rios e riachos era um problema na época, pois as manadas tinham que atravessar propriedades alheias. A solução foi a perfuração de poços semi-artesianos de onde a água podia ser coletada e distribuida para o gado. Estes poços tornaram-se importantes e motivo de rituais religiosos, com ofertas de objetos de cerâmicas e de madeira que eram depositados sobre eles, como um sinal de reverência.
A 'Oxford Archaeology' e a 'Wessex Archaeology', formaram uma terceira unidade chamada 'Framework Archaeology' para trabalharem juntas nas escavações. O projeto foi inovador e permitiu simultaneamente a pesquisa arqueológica e a construção do terminal, em vez de esperar a escavação ser concluída para começar a construção, como era o costume.
Isso foi possivel, graças a análise imediata dos objetos e seu significado, usando no próprio local, equipamentos e software de última geração permitindo aos arqueólogos saber quais áreas eram importantes e assim evitar o desperdício de tempo e dinheiro.
(Traduzido e adaptado de um artigo publicado no 'Discovery Chanel')
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