With the novel 'The Jungle' released in 1906, which engages in a witty and somewhat sensationalist (he was a journalist by profession) description of the exploitation of workers in the slaughterhouses of Chicago, Upton Sinclair (1878-1968) became one of the main writers who have treated and denounced the social problems of the United States in the beginning of the XX century.
Com 'The Jungle', Upton Sinclair, conseguiu, aos vinte e nove anos, um enorme êxito e a sua obra foi imediatamente traduzida para várias línguas. Denunciou a exploração dos trabalhadores e as condições de trabalho escandalosas que reinavam no mundo das indústrias de transformação da carne: se algum trabalhador caísse num dos enormes tanques de residuos de suínos, a sua carne misturava-se com a dos animais e poderia ser vendida como banha para consumo da população. Os empresários subornavam as autoridades sanitárias municipais, assim como os inspetores de alimentos, para poderem aproveitar a carne de animais doentes. Sinclair desenvolveu as suas investigações por encomenda do jornal socialista 'Appel to Reason' (Apelo à Razão). Tanto em 'The Jungle' como em seus outros romances, Sinclair revelou-se um propagandista em luta pela justiça social e por um socialismo humano.
Para ele, a mensagem era mais importante que a forma, pelo que 'The Jungle' está a meio caminho entre o panfleto e o romance naturalista. Apesar do sucesso, Sinclair mostrou-se muito decepcionado, porque seu romance 'tinha tocado o estômago dos seus concidadãos, mas não o seu coração'. Se bem que, por um lado, tenha levado a um endurecimento das leis sobre alimentos, por outro, nada se fez para remediar a exploração dos trabalhadores. Upton Sinclair originalmente queria expor "o inferno de exploração (do trabalhador de fábrica típica americana na virada do século 20)," mas o público leitor, prestou mais atenção para a segurança alimentar como a questão mais importante do romance. Sinclair observou na época, que os norte-americanos nunca estiveram preocupados como vivia os trabalhadores de seu país e sim com a possibilidade de consumir carne contaminada ou proveniente de animais doentes.
O Presidente Theodore Roosevelt (1882-1945) considerava que Sinclair era um 'insano' e escreveu a William Allen White (1868-1944)1, 'Eu tenho um profundo desprezo por ele. Ele é histérico, desequilibrado e mentiroso. Três quartos das coisas que ele escreveu são mentiras absurdas e nas restantes existe apenas uma base de verdade'. Mesmo com estas críticas o Presidente enviou para Chicago para inspecionar os frigoríficos o comissário Charles P. Neill (1865-1942) e o secretário assistente do Tesouro James Reynolds, pessoas de sua inteira confiança. A informação sobre esta providência vazou e os donos das empresas tiveram tempo de preparar as fábricas para a visita, com turmas de limpeza trabalhando 24 horas por dia. Mesmo com a maquiagem as duas autoridades ficaram impressionadas com o que puderam ver, principalmente com as condições de trabalho dos operários. Depois de relatar pessoalmente a Roosevelt, Neill compareceu ao Congresso, repetindo tudo que tinha visto e defendendo a necessidade de legislação específica para regulamentar as atividades do setor. O romance de Sinclair provocou controvérsia sobre sua veracidade, mas o relatório da inspeção ordenada pelo presidente Roosevelt confirmou as suas palavras.
O referido relatório, assinalava-se que nas fabricas se respirava uma atmosfera úmida, misturada com 'o terrível fedor da porcaria que se acumulava no chão de madeira apodrecida e ensopada em sangue, e que a carne entrava rapidamente em decomposição e estava contaminada por agentes patogênicos, capazes de provocar doenças, tanto nos seres humanos como nos animais. Muitos trabalhadores sofriam de tuberculose e escarravam diretamente no chão, onde a carne era colocada, antes de ser manipulada'. O relatório incluía pormenores repugnantes acerca das doenças dos animais cuja carne se destinava a fabricaçãeo de enlatados. Por outro lado, o relatório referia igualmente que a carne de porco destinada à exportação era escrupulosamente manipulada e submetida a exames microscópicos, e sugeria que se aplicassem os mesmos métodos quando se tratasse da carne para consumo nacional. Este relatório teve enorme repercussão, tanto nos Estados Unidos como na Europa. O consumo de carne caiu vertiginosamente nos Estados Unidos, e também na Europa os comerciantes se queixaram de uma diminuição das vendas.
O Congresso reagiu rapidamente, e em junho eram já aprovadas duas leis. A Lei de Inspeção de Carne e a Lei de Alimentos Puros e Medicamentos, que estabeleceu o Bureau de Química que se tornaria a 'Food and Drug Administration' (FDA) em 1930. A lei sobre a higiene dos alimentos e condimentos estabelecia que as embalagens deveriam estar identificadas com a indicação de seu conteúdo. O diretor do Departamento de Produção Animal, orgão federal responsável pelo controle da produção de carnes, não concordou com as observações de Neill-Reynolds e enciumado pela repercussão das declarações, passou a critica-los alegando 'deturpação premeditada dos fatos'. Roosevelt pressionado pelos políticos e temeroso do clamor público, não autorizou a publicação do relatório Neill-Reynolds. Mesmo assim a pressão pública levou o Congresso a aprovar em 1906 a Lei de Inspeção de Carne e a Lei de Alimentos Puros e Medicamentos. Sinclair fez críticas a legislação, pois considerava-a como um benefício injustificado que os custos da inspeção de 30 milhões de dólares por ano, fosse pago pelo governo federal e não pelos grandes frigorificos.
1) Importante editor de jornal dos Estados Unidos.
Qual a fonte que afirma que Roosevelt não gostou da repercussão da obra de Sinclair?
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