12.13.2012

DEMOCRÁTICA, BIG APPLE SERVE DELÍCIAS



A julgar pelos números divulgados por órgãos governamentais e escritórios de turismo, pelas conversas monocórdicas nas salas de espera dos aeroportos e pelas famílias despachando malas gigantes e visivelmente vazias no momento do check-in para os EUA e, também, a despeito da alta do dólar e do IOF por aqui, o frenesi consumista brasileiro no exterior está muito longe de arrefecer.

Cabe a reflexão: "outlets" e lojas existem em praticamente qualquer subúrbio norte-americano. Nenhum deles, por outro lado, tem a variedade e a qualidade dos restaurantes e lanchonetes de Nova York.

E, convenhamos, tratar a grande cidade de Nova York somente como mais um mero destino de compras é deselegante com a Big Apple. E é, ainda e principalmente, um desfavor consigo mesmo -e também com seu paladar.

Que tal então aproveitar a oportunidade e trocar pelo menos uma vez o excesso de peso das bagagens por alguns quilinhos a mais?

E não é necessário recorrer a chefs famosos e seus estabelecimentos estrelados - nem mesmo às grandes redes mundiais ou batidas franquias temáticas.

Para começar, Nova York tem seus clássicos da fast-food. Qual o melhor hambúrguer da cidade? E o melhor cheesecake? Alguém se atreve a coroar a melhor pizza de Nova York?

A resposta vai sempre depender do interlocutor, é claro -e nunca será unânime. Uma boa pedida então é pesquisar muito na internet antes da viagem e escolher os mais bem falados e os mais promissores.

Cada cabeça terá sua sentença quando o assunto é o melhor hambúrguer da cidade. Mas não há dúvidas que o do Shake Shack  é realmente uma delícia e merece figurar no topo da lista.

Para quem gosta de seu sanduíche picante, vale pedir o Smoke Shack, um cheesebúrguer com bacon defumado, pimenta-cereja picada e molho. Com qualquer hambúrguer peça as Cheese Fries e um milk-shake para acompanhar. Outra dica: por mais charmosa que seja a matriz em pleno parque Madison Square, evite suas inacreditáveis filas e procure alguma das filiais.

Bem mais difícil de encontrar é o Burger Joint, em Midtown. Parte de seu charme está em sua localização, num ambiente simples, com pôsteres da banda Ramones e de filmes de Hollywood em suas paredes de madeira -mas escondido atrás de cortinas no lobby do luxuoso hotel Le Parker Meridien.

Não se intimide: passe pela porta giratória, pela recepção e vire à esquerda numa estreita entrada. Se já não houver uma longa fila, siga o símbolo de neon em formato de hambúrguer. O sanduíche vale o esforço.

Muito típicas na paisagem da culinária de rua de Nova York são as barraquinhas de cachorro-quente, sempre atiçando os passantes com seu cheiro quase irresistível. Mas há outras opções para saborear seu hot-dog, como o tradicional Gray's Papaya, aberto 24 horas por dia, ou, ainda mais famoso, o original Nathan's, em Coney Island -isso se o desejo por pão e salsicha for suficiente para despencar até lá.

Texto de Pedro Carrilho publicado o caderno "Turismo" da "Folha de S. Paulo" de 13 de dezembro de 2012. Adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

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