3.24.2017

UNIÃO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE BARRETOS - HISTÓRIA.

Antiga sede da União dos Empregados no Comércio 

Leopoldo Costa

Com a chegada dos trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro em maio de 1909 e a inauguração do frigorifico em 1913,  a cidade de Barretos teve um período de notável progresso.

Em 1905, a população do município era de 11.500 habitantes e em 1920 alcançou 39.782 habitantes (17.308 habitantes apenas na cidade), um crescimento de 246% em 15 anos. Em 1920 o município tinha uma população maior do que cinco capitais de estados:Goiás-GO, Vitória-ES, Natal-RN, Cuiabá-MT e Aracaju-SE.

No período, o município recebeu uma leva de 6.365 imigrantes, principalmente italianos, portugueses e sírios-libaneses mais abonados, para estabelecer casas de comércio ou exercer profissões liberais e outros menos abonados para trabalhar no frigorífico. Em 1920, cerca de 16% da população residente era de estrangeiros. Grande contingente de mineiros e baianos também chegaram ao município.

O comércio expandiu a olhos vistos: De 40 casas comerciais em 1905 passou a ter 270 em 1920.

Depois da fundação do Grêmio Literário e Recreativo em 1910, os comerciantes e comerciários melhor informados sentiram a necessidade da criação também de uma entidade que representasse a classe e pudesse oferecer divertimento, lazer e cultura.

Então um grupo,  liderado por Rafael de Moura Campos, José Claudino Gomes, José Castilho e Antonio Ferraz Bueno, arregimentou a classe e convocou uma reunião para o dia 10 de agosto de 1914 nos salões do Hotel do Comércio, para discutir a organização da associação.

Tiveram sucesso e na reunião já foi eleita a primeira diretoria com Alfredo de Andrade como presidente, Rafael de Moura Campos como secretário e Antonio Ferraz Bueno como tesoureiro. Uma comissão elaborou os estatutos que foi aprovado em 30 de agosto de 1914. Uma discussão pertinente foi o nome da associação: seria União "dos" Empregados do Comércio ou União dos Empregados "no" Comércio. Como Rui Barbosa estava em visita a Campinas foi sugerido que alguém inquirisse a ele a respeito. Foi Rui quem decidiu que deveria ser usado o nome de União dos Empregados no Comércio.

Até a construção da sede social na rua 20 entre avenidas 21 e 23 a associação funcionou em dois imóveis alugados. No dia 1º de janeiro de 1919 foi lançada a pedra fundamental da sede quando era presidente José Dias Leme.

A União dos Empregados no Comércio destacou-se pelos eventos culturais, principalmente com a criação de um grupo de teatro, a promoção de eventos esportivos, de bailes e de reuniões festivas.

A União foi declarada pela lei municipal 296 de 8 de abril de 1924, como associação de utilidade publica, corroborada pela lei estadual 2556 de 14 de janeiro de 1954.

Atual sede da União dos Empregados no Comércio
Mais tarde, principalmente pela exiguidade de espaço da sede no centro da cidade e dificuldade de estacionamento, a diretoria decidiu vender a sede da rua 20, e com os fundos construir amplas instalações para eventos, na avenida 43 entre ruas 20 e 22, onde já existia a praça de esportes do clube.


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