Imigrantes poloneses no Paraná |
"O Brasil é vasta e extraordinariamente rico, oculta no seu solo minas de incalculável valor, tem um tesouro inexplorado nas madeiras das suas florestas, possui terras fertilíssimas (...) mas falta o homem para explorar todas essas riquezas" (Revista Renascença, 1907)
Um imenso país-continente, de terras inesgotáveis, a perder de vista; uma natureza exuberante. onde tesouros incalculáveis jaziam à espera da ação do homem: uma floresta luxuriante, uma terra fertilíssima, um clima inigualável, uma paisagem extasiante, um paraíso terreno. Esse país de sonhos não pertencia apenas à fantasia dos românticos: ficava aqui mesmo, era o Brasil, esse Éden perdido e agora reconquistado pelo homem. Assim pensava boa parte dos brasileiros em 1901, ano em que foi publicado o livro 'Por Que me Ufano do Meu País', do Conde Afonso Celso. Na sua exaltação patriótica, muitos chegavam mesmo a cometer certos atentados contra a Geografia, como aquele personagem de Lima Barreto que "ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo" para que o Amazonas se tornasse o maior rio do mundo em extensão.
2. O Éden corre perigo: é preciso povoá-lo
Mas esse paraíso na terra, esse gigante sul-americano, tinha também seus problemas. Além da febre amarela no Rio de Janeiro, das secas que assolavam o Nordeste, dos cortiços e favelas, que denunciavam a miséria nas grandes cidades, o Brasil via-se a braços com um povoamento rarefeito e mal-distribuído. Em 1890, a população brasileira havia chegado a 14 milhões de pessoas. Dez anos depois, em 1900, esse número crescera para 17 984 000, o que representava muito pouco para os 8 milhões de quilômetros quadrados de território (o Acre ainda não fora anexado).
Aumentar essa população, isto é, colonizar o país, era algo não só necessário como vital e urgente. Seria perigoso abandonar à própria sorte grandes áreas de escassa população, e, sobretudo, devia-se guarnecer solidamente as regiões de fronteira.
O povoamento do Brasil fora feito, desde os tempos coloniais, de forma desigual e heterogênea. Agarrada à faixa litorânea, a população só se deslocara para o interior na grande aventura das bandeiras ou quando a descoberta de ouro atraíra para as Gerais enormes contingentes humanos. Mas, terminada a aventura, era preciso agora povoar vastíssimas regiões inóspitas e distante do grandes centros.
3. Europeus e cearenses ocupam os espaços vazios
Foi pensando nisso que o Governo Imperial, antes, e, mais tarde, o da República promoveram a imigração de europeus, que deveriam fixar-se no Centro-Sul do país, onde as raras cidades, ocupadas por brasileiros, se perdiam, quase incomunicáveis, nas distâncias. Enquanto em São Paulo e no sul de Minas os imigrantes eram destinados à lavoura do café, onde trabalhariam como assalariados, nos Estados do Sul o Império organizou a colonização europeia com base na pequena propriedade agrícola, formada por loteamentos.
Nas províncias do Sul, essa colonização tinha o duplo objetivo de povoar as terras e desenvolver uma camada social de pequenos proprietários rurais à europeia, algo como uma classe média no campo.
Ao mesmo tempo que ocorriam essas mudanças na composição étnica e social da região Sul. o Norte assistia a um intenso deslocamento de mas as humanas. Os nordestinos, e particularmente os cearenses, às centenas de milhares, migravam para a Amazônia. Estimulado pelo surto da borracha, es e deslocamento foi de vital importância para a ocupação da região Norte.
4. As ferrovias abrem caminho aos pioneiros
Até meados do século XIX, a penetração do território foi feita através de picadas abertas no mato ou pelos cursos de água. Os rios foram os aliados mais fieis dos desbravadores, exercendo um permanente fascínio sobre os homens que, na faixa litorânea, sonhavam com ocultos tesouros para lá de suas nascentes.
Mas esses precários caminhos estavam longe de responder às necessidades criadas pelo desenvolvimento econômico do século XIX. Para escoar a produção de café, para reduzir os gastos com transporte e para promover um povoamento que assegurasse a inviolabilidade das fronteiras, era preciso estabelecer novas formas de comunicação e locomoção.
E essas novas formas surgiram com o advento das estradas de ferro e do telégrafo: as primeiras, a partir de 1852, quando o Barão de Mauá começou a construir uma curta ferrovia, ligando o Rio a Petrópolis; o segundo, duas décadas mais tarde, com a ligação telegráfica submarina entre Brasil e Europa (1872), promovida também por Mauá. Um pouco depois, Cândido Rondon se encarregaria de implantar o telégrafo nas selvas.
"Existem no Brasil perto de 18 000 quilômetros de via férrea"- dizia, em 1909, Pierre Denis. " É pouco se se atender à superfície do país, porém muito para a cifra da sua população [18 milhões , em 1906] (...). A densidade da rede é muito variável. A parte oriental do Estado de São Paulo é sulcada de caminhos de ferro; mas a bacia do Amazonas está, pelo contrário, totalmente desprovida deles. A falar verdade, não existe uma rede brasileira, mas pequenas redes independentes cobrindo com as suas malhas as regiões da antiga colonização, e sem comunicação entre si".
Esses 18 000 km de estrada de ferro representavam pouco também em comparação com a Argentina, onde mais de 22 000 km de ferrovias atendiam a uma população de pouco mais de 5 milhões e meio de habitantes. Mas era muito em relação aos 16 km assentados pelo Barão de Mauá a partir de 1852.
Em 1910 era concluída a estrada São Paulo-Rio Grande do Sul, construída pela Brazil Railway (norte-americana). Ao chegar à fronteira gaúcha, essa estrada, entroncava-se com as linhas da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer du Brésil. Esta última cortava o Rio Grande de norte a sul, levando o trem de ferro até Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, e Uruguaiana, nos limites com a Argentina, onde se ligava a ferrovias que levavam às capitais dos dois países. Dessa forma, desde 1910, tornou-se possível viajar por trem de São Paulo e do Rio para Montevidéu ou Buenos Aires.
Com a marcha do café para o oeste paulista e as novas necessidades criadas pela colonização, a malha ferroviária começou a penetrar o hinterland brasileiro. E as novas áreas abertas iam sendo povoadas por pioneiros de muita coragem: "As cenas a que eu assisti - conta Pierre Denis - evocam Gustave Aymard e o Oeste americano, depois do Golden Rush [Corrida do Ouro] na Califórnia. O fim dos trails [trilhos] é o reino dos caracteres aventureiros. O isolamento é aí completo. A gentinha que lá vive deve bastar a si mesma, moralmente ao menos, porque é abastecida pela linha. As mulheres são raras e não exercem a sua influência em favor da doçura e da paz. Existem ainda na floresta índios persuadidos de que se lhes violam os direitos, invadindo-lhes o domínio, e que, de tempos a tempos, atacam de noite os trabalhadores adormecidos e os massacram. A vizinhança deles é pretexto para se andar armado".
As empresas ferroviárias assumiram ainda tarefas de colonização. Foi o caso da "Companhia Agrícola de Imigração e Colonização", um desdobramento da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. que além de retalhar fazendas velhas, fez loteamentos na Alta Paulista e Alta Sorocabana", como assinala Maria Tereza Schorer Petrone, ou da Brazil Railway. que recebeu uma faixa de 30 km atravessando os estados do Paraná e Santa Catarina para a construção da São Paulo-Rio Grande do Sul. Mais tarde a ferrovia vendeu essas terras a colonos poloneses e alemães.
5. Artérias de aço escoam a produção agrícola e unem as cidades
Isso acontecia no começo do século nos pontos extremos da via férrea em construção. Na retaguarda e ao longo dos trilhos, iam surgindo grupos de casas, aldeolas, muitas vezes compostos exclusivamente de alemães, poloneses, russos ou italianos.
Quase sempre a malha ferroviária ligava centros de produção agrícola com um porto no litoral (como a Santos a Jundiaí, em São Paulo, iniciada em 1860, e a primeira ferrovia do Rio Grande do Sul , ligando Porto Alegre a São Leopoldo, desde 1874) por onde eram escoados os produtos para o exterior ou para outros Estados.
A distribuição dos trilhos, contudo, era desigual, havendo concentração nas regiões mais ricas de alguns estados. Em 1907, enquanto o Pará conta a apenas 157 km de estradas de ferro, o Rio Grande do Sul possuía 1 624 km e já estava ligado ao Uruguai pelos trilhos. Mas São Paulo detinha a liderança, pois em 1890 sua rede ferroviária já totalizava 2 425 km distribuídos entre a Estrada de Ferro Sorocabana, a Cia. Mogyana, a São Paulo Railway e a Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Em 1910, as ferrovias paulistas atingiam 5 201 km, servindo principalmente as zonas cafeeiras.
6. Pequenas propriedades na paisagem do Sul
O sul do Brasil era, no começo do século, um vasto mosaico étnico, onde figuravam todas as raças. Desde 1824, quando foi fundada a primeira colônia alemã, em São Leopoldo (RS), chegavam levas de imigrantes europeus, atraídos por promessas nem sempre escrupulosas. No começo eram predominantemente alemães. Mas, pouco a pouco, italianos e poloneses passaram a dominar a paisagem. Sua origem social, porém, era quase sempre a mesma: pequenos camponeses arruinados ou trabalhadores rurais à procura de uma vida melhor.
Alguns núcleos de colonização eram oficiais, organizados pelos governos federal, estadual e até municipal. Outros provinham de iniciativa privada - companhias de imigração e colonização com fins lucrativos.
A terra era vendida ao colono à vista ou a prazo, em lotes de 20 ou 25 hectares, quase sempre dispostos ao longo dos rios. Com esse tipo de colonização, esperava-se criar uma classe de pequenos proprietários rurais, à semelhança do campesinato da Europa ocidental. Nessas propriedades, o imigrante dedicava-se principalmente à policultura. Em certos casos, especializava-se em algum produto de boa comercialização - as colônias italianas, por exemplo, eram voltadas para o cultivo de uva e a fabricação de vinho.
Russos, poloneses, ucranianos, húngaros, romenos, bálticos, italianos e alemães compunham o painel de povos em que se transformara a população dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e, em menor escala, Espírito Santo.
No Rio Grande do Sul, entre 1891 e 1900, foram criadas dezessete colônias com 25 072 colonos. Na década seguinte surgiram mais 21 núcleos com 262 000 pessoas (entre imigrantes e descendentes), distribuídos pela zona da serra (a norte e noroeste do Estado) em novas colônias, já que as antigas - como Novo Hamburgo, Caxias do Sul (fundada pelos italianos em 1874), Bento Gonçalves, São Leopoldo etc. - estavam saturadas e começavam a "exportar" colonos. Até 1910 entraram no Estado cerca de 165 000 imigrantes europeus.
Se no Rio Grande os Governos estadual e federal arcaram com o ônus da imigração, em Santa Catarina essa atividade foi confiada a empresas privadas, como a Companhia Metropolitana, a Brazil Development and Colonization Co. , a Hermann Meyer & Cia. e a Sociedade Hamburguesa de Colonização.
Esta última loteou terras próximas a Blumenau - cidade que o imigrante alemão Hermann Blumenau ( 1819-1899) havia fundado em 1850, trazendo a primeira leva de colonos estrangeiros a Santa Catarina - e criou, em 1851, nas terras que a irmã de Dom Pedro II havia recebido como dote de casamento, a Colônia Dona Francisca (depois Joinville, "Cidade dos Príncipes").
No começo do século XX Blumenau tinha mais de 13 000 habitantes e dezenas de indústrias. E, como Joinville, que era um pouco menor, caracterizou-se pela arquitetura alpina, de telhados altos, e pela predominância da língua alemã.
Nas colonias novas a concorrência dos filhos e netos de colonos das zonas antigas, já saturadas, que partiam à procura de novas terras . A migração intercolonial foi de tal ordem que o Estado do Rio Grande do Sul, por lei de 1895, equiparou os cidadãos brasileiros natos (descendentes de imigrantes) aos colonos recém-chegados, no que dizia respeito aos direitos e obrigações relativos à concessão de lotes.
O Paraná, que até meados do século XIX pertencia à Província de São Paulo e possuía menos de 30 000 habitantes, começou, a partir de 1880, a receber imigrantes das colônias de Santa Catarina, em expansão. Nessa época, muito alemães instalaram-se em Curitiba, então com 10 000 habitantes. Entre 1891 e 1892, o Governo federal estabeleceu colônias, como as de Palmeira, Rio Negro, Ponta Grossa e União da Vitória, que abrigaram mais de 12 000 estrangeiros. Em 1896 foi fundada a colônia Prudentópolis, onde se instalaram 8 000 poloneses e e ucranianos.
No começo do século XX a Cia. da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande do Sul criou, no Paraná, a colônia Nova Galícia, abrigando 850 poloneses. 300 rutenos, 50 alemães, 20 suíços e 15 franceses.
7. A nação dos gaúchos
O Rio Grande do Sul era política e economicamente gerido pelos estancieiros, proprietários de imensas fazendas de gado, ou pelos produtores de erva-mate. A economia do Estado, baseada na exportação de carne, couro e mate, orientava-se essencialmente para o mercado brasileiro.
Os rebanhos (6,7 milhões de cabeças em 1910) concentravam-se junto às fronteiras com a Argentina e o Uruguai. Tal fato, aliado aos altos custos das operações ferroviárias (em longos percursos, era necessário fazer demoradas baldeações, devido à diferença de bitola nas ferrovias),permitiu que o porto de Montevidéu se tornasse o principal entreposto de carne gaúcha, que chegava ao norte do Brasil pela navegação costeira.
Em 1908, a população do Estado era de 150 000 pessoas; em 1910. Porto Alegre já contava 130 227 habitantes. A aproximação entre o Governo gaúcho e o Exército reforçava, desde o final do século XIX . a legendária "vocação militar" do Rio Grande, sede da mais importante Academia Militar, depois da do Rio de Janeiro.
8. Minas: depois do ouro, o café
Por velhos caminhos de carros de bois, mulas e carruagens, ou pela Estrada de Ferro Central do Brasil, era possível chegar, partindo do Rio, à vizinha região das Minas Gerais. Dessas Gerais, povoadas em ondas sucessivas desde o momento em que o grito de ouro! ecoou pela serra da Mantiqueira, em 1693, lançado pelo bandeirante Antonio Rodrigues de Arzão.
Dessas Gerais que presenciaram o fausto de Vila Rica e de São João del Rei, de Sabará e de Congonhas do Campo, que conheceram a paixão do Aleijadinho ardendo em chamas de pedra, que assistiram à conspiração dos Inconfidentes, que viram morrer Tiradentes e que se deixaram enlevar pelo canto de Dirceu. E que, terminado o ciclo do ouro, em fins do século XVIII, viveriam a decadência, da qual só sairiam, na segunda metade do século seguinte, quando os cafezais começaram a ocupar as onduladas extensões da região sul do Estado e da Zona da Mata.
Como as divisas obtidas com as vendas externas iam para os cofres do Estado e não para os da União, as exportações de café enriqueceram, ao mesmo tempo, São Paulo e Minas, os dois maiores produtores brasileiros no começo do século XX. Além do café, a economia de Minas Gerais no começo do século XX baseava-se na extração de ferro, cobre, manganês, havendo importantes indústrias metalúrgicas, como a Usina Esperança, próxima a Itabira, que produzia 6 toneladas de ferro por dia.
Importante também era a pecuária da região: anualmente realizavam-se feiras de gado, que era vendido para as fazendas de Goiás e Mato Grosso. Em 1906, Minas Gerais exportou 4 200 toneladas de queijo e 10 toneladas de manteiga. E só para o Rio de Janeiro foram vendidos 4 milhões de litros de leite. Produtos agrícolas como trigo, batata e arroz também eram exportados.
Quanto à atividade fabril, houve, em Minas, uma proliferação de pequenas indústrias, desde o final do século XIX, sendo menos importante que em outros Estados o papel da imigração. Em 1907 o Estado contava 529 indústrias, onde trabalhavam 9 405 operários, a maioria brasileiros. Na mesma época, existiam em São Paulo 326 indústrias, com 24 186 trabalhadores, o que indica maior concentração fabril.
9. O celeiro eleitoral do país
Pois, se é certo que, numa Federação de iguais- como era o Brasil, em teoria-, São Paulo era " mais igual" do que os outros, é também verdade que esteve sempre reservado a Minas Gerais o papel de "segundo violino", sem o qual era impossível reger a orquestra. Daí a política do "café com leite", que coroava a aliança entre a oligarquia paulista e a mineira no controle do aparelho do Estado nacional. A força de Minas Gerais provinha não apenas de sua economia mas principalmente de seu peso eleitoral, já que era o Estado brasileiro de maior população.
Contando 4 500 000 habitantes em 1910, era impossível não considerá-la nos conciliábulos palacianos que precediam as eleições. Por causa disso, as elites mineiros sempre tiveram acesso a altos postos nos poderes da República, barganhando seu apoio eleitoral por ministérios e cargos de confiança.
No Congresso, a maior bancada era a mineira, com 37 representantes, enquanto São Paulo e Bahia vinham em segundo lugar, com 22, seguidos do Rio Grande do Sul, com 16. Sem nunca ter alcançado o monolitismo do Partido Republicano gaúcho, o PR mineiro - que representava os interesses dos coronéis liderados pelas elites da região Sul - atuava de forma compacta no Legislativo.
Distribuída desigualmente pelo Estado, a população mineira concentrava-se nas regiões mais desenvolvidas do Sul e da Mata. Houve imigração europeia , mas em escala bem menor que em São Paulo e no Sul. Entre 1888 e 1903, Minas recebeu cerca de 75 000 imigrantes, número que se elevou a 150 000 em 1910, distribuídos entre fazendas de café e núcleos coloniais. Em 1856 vieram as primeiras levas de alemães, trazidos por Teofilo Ottoni. Surgiram diversas colônias, como Nova Baden, com 376 imigrantes, e Rodrigo Silva, com 1 614.
Mas restava ainda um vazio geográfico situado entre Minas, Goiás e Mato Grosso, prolongando-se até à fronteira com o Paraguai. O povoamento dessa região seria feito pelos mineiros, que durante o século XIX ocupariam primeiro o Triângulo, que antes pertencera a Goiás (até 1816). "Esta região" - informa Caio Prado Jr. -, "que em meados do século não contava mais de uns 6 000 habitantes (...). reunirá em fins do Império acima de 200 000 indivíduos, com um centro urbano já de certa importância: Uberaba" . O mesmo aconteceria mais tarde com Mato Grosso.
O de envolrimento da cultura do café promoveu o aparecimento de ferrovias e o crescimento de cidades. Em 1869 a Estrada de Ferro Dom Pedro II chegava a Minas Gerais, alcançando Ouro Preto.- então capital do Estado- em 1889. Em 1908 o Estado possuia 4 216 km de linhas férreas.
Das cidades, a maior é Juiz de Fora, com seus 28 553 habitante, em 1908. com seu Jornal do Commercio - fundado em 1896 e adquirido por Antonio Carlos Ribeiro de Andrada no mesmo ano - e com algumas fábricas, entre a quais a Cia. Industrial Mineira (têxtil, com 400 operários). Belo Horizonte, capital desde 1897, contava, em 1909, 25 000 habitantes.
Publicado em "Nosso Século" vol.1, 1900/1910, editor Victor Civita, Abril Cultural,São Paulo, 1980, excertos pp.239-247. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.
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