6.24.2017

NOVE COISAS QUE A CIÊNCIA DESCOBRIU SOBRE A LIBIDO


Você sabia que o desejo sexual é provocado em maior escala no cérebro ao invés das virilhas? Cientistas de todo mundo tentam explicar a excitação sexual humana, mas não tem sido fácil. A excitação varia de acordo com o indivíduo e época. Em outras palavras, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero, o que excita alguém pode não excitar outra pessoa. E isso ainda pode mudar com o passar do tempo.

Apesar de todos os esforços para descobrir o que excita os seres humanos, as fontes e variedades de prazer sexual permanecem obscuras.

1. Assistir pornô não afeta seu desejo sexual 

Você já deve ter ouvido que a pornografia pode ser destrutiva para os relacionamentos da vida real. Ou talvez que muita pornografia “acostuma” o espectador à imagens eróticas e isso torna a excitação mais difícil em situações sexuais da vida real. E ainda têm os que acreditam que pornô pode causar disfunção erétil. Bobagem!

Estudos publicados no início deste ano não encontraram relação entre a visualização de pornografia e disfunção erétil. E mais: outra pesquisa sugeriu que homens e mulheres com hábito de assistir pornô podem ter sexo com maior frequência e qualidade em comparação a pessoas que não consomem pornografia.

2. Homens bissexuais têm uma vida sexual mais “aventureira” 

Pesquisas antigas sugeriram que os corpos dos homens bissexuais respondem mais fortemente a imagens eróticas de homens do que de mulheres (uma descoberta que contribuiu para o ceticismo injusto e ultrapassado sobre a bissexualidade ser mesmo uma orientação sexual distinta).

Mas um estudo de 2013 destacou uma característica chave que pode explicar por que alguns homens bissexuais se excitam mais por mulheres do que outros: aventuras sexuais. Os que são atraídos igualmente a homens e mulheres tendem a uma maior curiosidade sexual - em outras palavras, eles mostram mais interesse em uma ampla gama de atos sexuais.

3. Algumas lésbicas gostam de assistir filme pornô gay masculino 

Um grupo de pesquisadores entrevistou lésbicas sobre suas preferências pornográficas e a maioria delas ignorou os pornôs lésbicos, alegando muita irrealidade (a maioria dos filmes pornô lésbicos são claramente feitos por mulheres heterossexuais). Em vez disso, muitas lésbicas são atraídas por filmes pornôs gay masculino.

A sexóloga Meredith Chivers diz que enquanto os homens tendem a excitação física somente em resposta a filmes eróticos retratando sua orientação sexual, as mulheres mostram padrões de excitação semelhante ao assistir qualquer tipo de pornô, independentemente da sua orientação sexual.

4. O "Viagra feminino" ativa seu cérebro 

A droga flibanserin, destinada a tratar o baixo desejo sexual em mulheres, não é exatamente a versão rosa do pequeno comprimido azul conhecido como viagra. Ao invés de empurrar o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais, flibanserin atinge os neurotransmissores envolvidos na resposta sexual: dopamina, noradrenalina e serotonina.

A droga aumenta a quantidade de dopamina e norepinefrina, que são como aceleradores do cérebro quando se trata de desejo sexual. Ao mesmo tempo, verifica-se um baixo nível de serotonina, que é responsável pela inibição.

5. O desejo sexual de transsexuais é alterado no processo de mudança de sexo

Cerca de 71% dos homens transsexuais relatam um aumento no desejo após a terapia de reatribuição sexual, de acordo com um estudo de 2014, no Journal of Sexual Medicine. "Homens trans tomam testosterona, e testosterona aumenta naturalmente o apetite sexual", disse o professor Stefan Rowniak, da Universidade de San Francisco.

O oposto é verdadeiro. 62% das mulheres transsexuais entrevistadas dizem que seu desejo sexual diminuiu depois da terapia, muito em decorrência do tratamento hormonal que regula a produção de testosterona, responsável pela libido.

6. O nu não necessariamente excita 

Meredith Chivers realizou um estudo para provar que o nu não necessariamente excita. Os participantes do estudo foram expostos a uma ampla gama de estímulos visuais, a fim de avaliar que tipo de imagens excitam.

Vários filmes foram mostrados, inclusive alguns que apareciam algum tipo de nudez. Esses filmes mostravam uma pessoa nua solitária fazendo ioga, ginástica ou simplesmente caminhando. Foram os filmes menos populares, resultando em uma fraca estimulação sexual.

7. Assexualiade é uma orientação sexual distinta 

A ciência finalmente se voltou para os estudos de assexuados. No ano passado, cientistas, da Universidade de British Columbia, examinaram pessoas que se declaram assexuais, a partir do seu baixo desejo sexual. Mas essa não é a única característica de um assexuado.

A assexualidade, assim como a homossexualidade e heterossexualidade, é uma orientação sexual distinta. Este ano, a mesma equipe desenvolveu um levantamento de 12 itens que, segundo eles, pode identificar assexuados. É o chamado Asexuality Identification Scale, ou AIS (Escala de identificação assexual, em tradução livre).

8. Zoofilia é a excitação incomum mais comum 

O pesquisador Justin Lehmiller fez uma pesquisa com os leitores de seu blog Sex and Psychology, pedindo-lhes para compartilhar as coisas "mais incomuns" que os deixam excitados. A pergunta é bem perigosa e culminou em respostas bem bizarras. A maioria das respostas era sobre atração sexual por animais - cavalos especificamente.

9. Alimentos afrodisíacos são uma farsa 

Embora muitos alimentos sejam apontados como afrodisíacos, existe pouca ou nenhuma evidência científica de que qualquer um deles de fato aumente o desejo sexual. A maioria das pessoas que acreditam nos alimentos afrodisíacos provavelmente apenas experimentou uma mudança no desejo sexual, e isso coincidiu com algum alimento ingerido recentemente. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Posto desta forma, praticamente qualquer coisa pode ser um afrodisíaco se você já está excitado.

Texto de Fernando Bumbeers publicado em "Galileu", junho de 2015, disponível em http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2015/06/9-coisas-que-ciencia-descobriu-sobre-libido.html. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

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