4.18.2018

MAIORES LATICÍNIOS DO BRASIL


Foi divulgado nesta semana pela Leite Brasil o resultado do ranking dos maiores laticínios do Brasil no ano de 2017. A pesquisa, neste ano, apresentou os dados das 14 maiores empresas do setor (no levantamento anterior, figuraram 15 empresas, incluindo a Lactalis, cujas informações não constam do ranking de 2017), que tiveram um crescimento de 5,6% na captação de leite, somando um total de 8,6 bilhões de litros (cerca de 23,5 milhões de litros diários).

A estimativa da capacidade instalada de processamento de leite das empresas do ranking 2017 foi de 13,8 bilhões de litros ao ano (cerca de 38 milhões de litros diários); assim, os 14 maiores laticínios usaram cerca de 62,1% da sua capacidade em 2017. Em 2016, a capacidade utilizada foi de 60%, o que indica uma ligeira redução na ociosidade das indústrias (no gráfico 1, apresentamos a evolução da utilização de capacidade das empresas participantes do ranking).  No entanto, de forma geral, as indústrias participantes do ranking têm trabalhado com um nível de utilização baixo (média de 63% de utilização nos últimos 7 anos).



A produção diária do produtor médio destas empresas cresceu 7,1%, crescimento mais vigoroso que os 5,4% do ano anterior, porém, menor que os 10,8% de 2015. A média de produção por produtor foi de 407 litros/dia contra 381 litros/dia do levantamento de 2016. Vale ressaltar que no ranking de 2016, o número de produtores fornecedores havia caído 8,2% e neste ano, a queda foi menor, de 5%.

Esta tendência de aumento no volume médio dos produtores é inequívoca e geral no mercado brasileiro. Como mostra o gráfico 2, o volume médio dos produtores das empresas participante do ranking da Leite Brasil mais do que dobrou nos últimos 10 anos em função de vários fatores conjuntos, tais como as bonificações por volume nos preços pagos pela indústria nacional e as evidentes economias em escala na atividade de produção de leite.



Num ambiente de maior oferta de matéria-prima, 2017 se consolidou com um ano de recuperação na produção de leite conforme o IBGE. Após cair dois anos consecutivos, a captação de leite formal foi 4,4% maior do que em 2016 (corrigindo o dado do mês de fevereiro de 2016 - ano bissexto - para 28 dias), chegando a 24,1 bilhões de litros, contra 23,1 no ano anterior.

Primeira no ranking, a Nestlé viu sua captação crescer apenas 0,3%, com 1,6 bilhão de litros. No ranking de 2016, a Lactalis estava posicionada no segundo lugar, mas a empresa francesa não participou desta última pesquisa. Portanto, quem ocupou a segunda colocação foi o Laticínio Bela Vista (Piracanjuba), apresentando também o segundo maior crescimento na captação, de 20,9%. O maior crescimento, de 23,2% em relação ao volume verificado em 2016, ficou com a CCGL, 7ª colocada no ranking em 2017.

Terceira colocada e com um aumento de 17,6% na captação encontra-se a UNIUM, Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, todas no Paraná. A marca foi lançada em novembro do ano passado e ao todo são 5 mil cooperados, R$ 7 bilhões de faturamento anual e mais de R$ 500 milhões em investimentos.

Nas 4ª e 5ª posições e com queda de 9,8% e 2,5% na captação de leite figuram, respectivamente, a CCPR/ITAMBÉ e a Embaré.



Vale ressaltar que em 14ª lugar neste ano se encontra a Confepar/Cativa. A Cativa (Cooperativa Agro-Industrial de Londrina) anunciou oficialmente a aquisição de 100% das cotas da Confepar (Agroindustrial Cooperativa Central) a qual pertencia. O negócio é considerado o primeiro em que uma singular compra a central. Além da Cativa, integravam a Confepar outras quatro cooperativas: Colari, Copagra, Cofercatu e Coopleite. Todas foram fundidas e agora integram a Cativa.

Em número de produtores de leite, o Laticínios Bela Vista foi a empresa com maior quantidade de fornecedores em 2017, totalizando 6.633 produtores de leite e crescimento de 7,7%  quando comparado ao ano anterior. Na pesquisa anterior, o Laticínios Bela Vista se posicionou na segunda posição neste quesito, somente atrás da Lactalis, que contabilizou 12.628 fornecedores em 2016. A tabela abaixo apresenta o ranking das empresas por número de produtores.



Também, é interessante destacar que além da Piracanjuba, no ranking deste ano, os únicos laticínios que apresentaram crescimento no número de produtores foram a DPA Brasil (+14,9%) e a Centroleite (+9,4%). Em todos os outros, a variação foi negativa.

Na quantidade de litros captada por produtor, a Danone apresentou a maior média, com 2.294 litros/produtor/dia. Este volume é 87,5% superior ao segundo colocado, a UNIUM, que teve média de 1.222 litros/produtor/dia. O maior crescimento neste item comparado a 2016 foi da CCGL, de 35,3%. Queda na produção diária de leite por produtor foi verificada na Centroleite (-12,4%) e na Piracanjuba (-12,2%).



Texto publicado em MilkPoint (https://www.milkpoint.com.br/) digitado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa

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