O PETRÓLEO

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Mar de Tétis

Se o petróleo é fruto de decomposição de material orgânico, animais e vegetais, como tem tanto petróleo no mundo? Quantos animais e florestas teriam que morrer para formar esses bilhões de barris que existem e já existiram?

O petróleo não é fruto de decomposição da matéria orgãnica. Uma simples decomposição produz água, gás carbônico (CO² e CO), metano, H²S, NO² e outros gases. O processo que faz matéria orgânica transformar em ptróleo é o craqueamento sob ação da temperatura e pressão adequada. E não é qualquer matéria orgânica. Por exemplo, dinossauro nunca vai virar petróleo. As florestas podem virar carvão mineral, mas nunca petróleo. A matéria-prima principal do petróleo são organismos microscópicos que constituem o fitoplâncton (comunidade de algas microscópicas que vivem em corpo d'água).

Por milhões de anos, principalmente na Era Mesozoica, existiu um mar chamado Mar de Tétis. Esse mar, por estar cercado por continentes, tinha péssima circulação e consequentemente fundo anóxico (fundo marinho sem oxigênio). O fundo sem oxigênio preservou a matéria orgânica produzida pelo fitoplâncton e fez com que ela acumulasse durante milhões de anos. Repare que as grandes regiões produtoras de petróleo coincidem com as áreas ocupadas pelo Mar de Tétis: Oriente Médio, Norte da África, Indonésia, etc.. O  "Oceano Atlântico Central" é nada mais do que a extensão do Mar de Tétis para oeste. Aí se encontram outras províncias petrolíferas como Golfo do México e Lago Maracaibo (Venezuela).

Texto de Mitsuru Arai, Pesquisador visitante em UNESP/UNESPetro, publicado em Quora'. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

O Mar de Thétis (ou Mar de Tétis) é um mar de águas quentes tropicais e sub-tropicais, que teria existido entre o Paleozóico e o Cenozóico inferior e que, segundo a teoria da deriva dos continentes, se estendia entre os continentes Laurásia, localizado a norte (que incluía as atuais América do Norte, Europa e Ásia), e o continente designado por Gondwana, localizado a sul (que incluía a América do Sul, África, Oceania, Antártida e sub-continente indiano). A sua formação terá iniciado há cerca de 250 milhões de anos com a fragmentação do super-continente então existente (a Pangea), separando-o nas duas grandes massas continentais referidas. Acredita-se o o mar Mediterrâneo seja aquilo que atualmente resta do antigo mar de Thétis.

A designação deste mar ancestral foi dada pelo geógrafo inglês Eduard Suess, e provém da ninfa Tétis, esposa de Oceano mãe das Oceânides, de acordo com a mitologia grega.