2.23.2011

DESCOBRIMENTO DO BRASIL.

Leopoldo Costa

O Descobrimento
A Primeira Missa
Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) é segundo alguns historiadores, o verdadeiro descobridor do Brasil em 1498, dois anos antes de Cabral, numa viagem que foi mantida em segredo devido ao Tratado de Tordesilhas (1494). O único registro desse feito é um trecho meio obscuro do livro ‘Sobre os Mares do Mundo’, escrito pelo próprio Duarte Pacheco Pereira entre 1505 e 1508, onde ele narra que em 1498 explorou a parte ocidental do oceano Atlântico, encontrando ‘uma grande terra firme, com muitas ilhas adjacentes’ e cobertas de ‘ muito e fino brasil

Porém, oficialmente o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral (1467/68-1521/26) que desembarcou em Porto Seguro no dia 22 de abril de 1500. Comandava uma frota de 13 navios e 1.530 homens que tinha como destino a Índia. Saiu de Restelo, uma praia do rio Tejo, no dia 9 de março de 1500. No dia 14 de março fez uma parada nas ilhas Canárias e no dia 22 de março, no arquipélago de Cabo Verde para abastecimento de água e alimentos frescos, depois, desta parada a frota foi desviada por uma corrente marítima para a costa brasileira.
Com a descoberta da nova terra mandou de volta a Portugal um navio sob o comando de Gaspar de Lemos, para dar a boa notícia ao rei Manuel I (1469-1521), o Venturoso. Levou algumas toras de pau brasil.

O Nome Brasil

Uma das origens do nome Brasil remonta a 1325, quando baseado nas lendas da tradição oral dos Celtas, o cartógrafo genovês Angelo Dalorto fez constar no seu mapa uma ilha que localizava-se a oeste da parte meridional da Irlanda. Era a ilha que São Brandão (484-577), um monge irlandês, que aventurando pelo mar bravio a descobriu no ano de 565. Ele descreveu-a como uma terra abençoada, onde havia muita abundância, clima ameno e plena igualdade entre os habitantes. No mapa de Dalorto esta terra chamava-se  ilha do Brasil. Muitos navegadores da época das Grandes Navegações conheciam o mapa e outras histórias sobre a fantástica ilha.

A Comida da Tripulação

A ração da tripulação de Cabral era composta de 15 kg de carne salgada para cada marinheiro por mês, cebola, vinagre e azeite. A base da alimentação era os afamados biscoitos duros e salgados, que cada tripulante recebia uma libra por dia. Também recebiam por dia 1,4 litro de vinho tinto e 1,4 litro de água. A água era para beber, higiene pessoal e cozinhar os alimentos. Os capitães de cada barco traziam porcos, ovelhas e galinhas a bordo para complementar a dieta, dando leite, ovos e carne fresca.
Os índios que foram à bordo conversar com Cabral ficaram curiosos de ver algumas galinhas e ovelhas, animais que nunca tinham visto. .

As Embarcações e seus Comandantes

Os capitães das embarcações da frota de Cabral foram os seguintes:
• Pedro Álvares Cabral (comandante) (1467/68-1521/26)- nau de 250 tonéis e tripulação de 180 homens.
• Sancho de Tovar (?)- (Vice comandante)- nau de 200 tonéis e tripulação de 160 homens.
• Pero de Ataíde (?)- nau de 70 tonéis e tripulação de 50 homens.
• Vasco de Ataíde (m.1500)- nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Nuno Leitão da Cunha (?)- nau de 130 tonéis e tripulação de 40 homens.
• Luís Pires (m.1500)- nau de 130 tonéis e tripulação de 40 homens.
• Simão de Pina (m.1500)- nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Nicolau Coelho (1460-1504)- nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Gaspar de Lemos (?)- nau de mantimentos capacidade de 100 tonéis e tripulação de 80 homens.
• Simão de Miranda de Azevedo (?)-nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Aires Gomes da Silva (m.1500)- nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Diogo Dias (?)- nau de 180 tonéis e tripulação de 150 homens.
• Bartolomeu Dias (1450-1500)- nau de 100 tonéis e tripulação de 80 homens.

Prosseguimento da Viagem

A frota prosseguiu viagem e no dia 13 de setembro de 1500 desembarcou em Calicute na Índia, tendo antes permanecido algum tempo em Goa. Foi recebido pelo 'zamorin' que era o soberano do lugar.
A viagem durou 500 dias e chegou de volta a Portugal no dia 22 de julho de 1501 com as naus carregadas de especiarias.  Cabral recebeu como prêmio de 10.000 cruzados pela viagem e obteve o direito de ficar com 500 quintais de pimenta (30 toneladas) que lhe rendeu um excelente lucro. Seus capitães sobreviventes também foram premiados.

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