2.23.2011

AS EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS

Leopoldo Costa



















Nas primeiras décadas após o Descobrimento, o território brasileiro não despertou nenhum interesse da coroa portuguesa. Só tinha belezas naturais e índios. Estava Portugal preocupado então, com o rendoso comércio de especiarias com as Índias, após a descoberta do caminho marítimo por Vasco da Gama (1469-1524) em maio de 1498.


As especiarias eram de grande importância comercial na Europa, desde a Idade Media. As viagens empreendidas por portugueses e espanhóis visavam conquistar o monopólio deste comércio.


Foram enviadas ao Brasil, apenas algumas expedições de reconhecimento do litoral.
A primeira expedição partiu de Lisboa em 10 de maio de 1501, tinha três navios e foi comandada por Gaspar de Lemos (?).Um dos tripulantes foi o navegador italiano, a serviço dos reis portugueses, Américo Vespúcio (1454-1512).

A frota percorreu a costa brasileira e os acidentes geográficos descobertos foram sendo batizados com os nomes dos santos do dia do calendário católico: No dia 16 de agosto de 1501 foi descoberto o cabo de São Roque, no dia 28 de agosto de 1501, foi descoberto o cabo de Santo Agostinho, no dia 29 de setembro de 1501 o rio São Miguel, no dia 4 de outubro foi descoberto a foz do rio São Francisco, no dia 1 de novembro a baia de Todos os Santos, no dia 6 de janeiro de 1502, a angra dos Reis, no dia 20 de janeiro de 1502 a ilha de São Sebastião e no dia 22 de janeiro de 1502 foi descoberto o porto de São Vicente. Regressou a Lisboa no dia 7 de setembro de 1502, sendo os primeiros a observar e confirmar ao rei Manuel I (1469-1521), que a terra descoberta por Cabral, não era uma ilha e sim um continente. Deixou no litoral de Cananéia um degredado, que se chamava Cosme Fernandes Pessoa (que era mestre em artes pela Universidade de Coimbra) e alguns animais.














Uma segunda expedição de reconhecimento levantou âncoras de Portugal em 10 de maio de 1503, sendo composta de seis navios e comandada por Gonçalo Coelho (1451-1512). A nau capitânia naufragou nas proximidades do arquipélago de Fernando de Noronha. A frota foi dividida e dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio (1454-1512), seguiram para a baia de Todos os Santos. Mais tarde alcançaram Cabo Frio, onde foi estabelecida uma feitoria, a primeira do novo território, e deixados 24 homens e alguns animais. Em 1504 a expedição retornou a Portugal, levando uma boa quantidade de pau brasil, para demonstrar ao rei Manuel I (1469-1521), o Venturoso, que a extração da madeira para tintura, podia ser um bom negócio para a corte.


A partir de então, outras medidas foram tomadas para defesa e preservação do território conquistado e evitar a cobiça dos estrangeiros. Em 1502, toda a extração e comercialização do pau brasil foi arrendada para um rico comerciante de origem judaica, chamado Fernão ou Fernando de Noronha, que reuniu alguns outros sócios para explorar o negócio. O contrato obrigava o arrendatário do monopólio a explorar cada ano pelo menos trezentas léguas de costa.


Em 16 de janeiro de 1504, Fernão de Noronha recebeu em doação, a ilha de São João (hoje Fernando de Noronha) do rei Manuel I, tornando assim a primeira capitania hereditária do Brasil.


Houve outras expedições, não sendo, porém de muita importância. As mais notáveis destas foi a Nau Bretôa e a expedição de Nuno Manuel  em 1514. A Nau Bretôa foi construída na Bretanha (daí o seu nome) com recursos de Fernando de Noronha, Francisco Martins e do italiano Bartolomeu Maschioni. Partiu de Lisboa em 22 de fevereiro de 1511 e no retorno, levou 5.009 toras de pau brasil de Cabo Frio, alguns papagaios, macacos e 36 índios escravizados. Foram destas expedições que surgiram as figuras de Caramuru, João Ramalho (1493-1580) e Antônio Rodrigues, famosos náufragos de grande importância para a efetiva posse do território brasileiro.


A costa brasileira continuava a ser pilhada por navegantes franceses e espanhóis, que com a ajuda dos índios, faziam o contrabando de pau brasil. Em 1516 Portugal enviou ao Brasil a primeira expedição guarda-costas comandada por Cristóvão Jacques (1480-1530), com o objetivo de coibir as atividades dos contrabandistas de pau brasil e defender a costa brasileira. Cristóvão Jacques primeiro estabeleceu uma feitoria em Pernambuco e navegando na direção sul, alcançou a desembocadura do rio da Prata.


As feitorias estabelecidas nesta época eram rústicas, feitas de pau roliço, cobertas de capim e tinham como principal elemento povoador os degredados, que eram criminosos que trocaram suas penas para vir habitar o Brasil, e alguns aventureiros desejosos de fazer fortuna rápida.


Entre 1500 e 1530, além da feitoria pioneira de Cabo Frio, foram estabelecidas outras em Igaraçu, Itamaracá, Bahia de Todos os Santos, São Vicente, Porto Seguro e Rio de Janeiro. Cada feitoria contava com uma guarnição permanente de 10 a 20 soldados e a sua função principal era fiscalizar a extração e os carregamentos de pau brasil.


Sabemos que em pouco tempo esvaiu-se a reserva de pau brasil existente próxima da costa, ficando economicamente inviável a exploração das reservas do interior. Em cada feitoria sempre existiam algumas cabeças de gado que foram trazidas pelos habitantes e eram usadas como fonte de alimento (carne e leite) e para o serviço de transportar o pau brasil, até os embarcadouros. Os arredores das feitorias foram povoados gradativamente com o as crias deste pequeno rebanho.


Houve uma segunda expedição também comandada por Cristóvão Jacques, que visitou a costa brasileira entre 1526 e 1528. Quando chegou às costas da Bahia deparou com alguns navios franceses que foram atacados. A carga foi confiscada e os tripulantes cruelmente massacrados, provocando, quando a notícia chegou a Europa, uma grave crise diplomática entre as casas reais de França e Portugal. Nesta expedição foi estabelecida uma feitoria em Itamaracá.


Depois, do incidente com os franceses, a coroa decidiu que não valia à pena a manutenção do sistema e a única solução seria incentivar o povoamento da Colônia.


Especulam os historiadores, principalmente Hélio Viana (1908-1972), que entre as duas viagens de Cristóvão Jacques, houve outra expedição em 1521/1523. Duilio Ramos afirma que esta expedição foi comandada por João de Melo Câmara. Esta expedição trouxe de Portugal 2.000 pessoas mais abastadas e algumas éguas, cavalos e vacas.


Martim Afonso de Souza (1500-1571) partiu de Lisboa no dia 3 de novembro de 1530, com uma frota de cinco navios e 400 homens, trazendo ferramentas e equipamentos necessários a colonização da terra recém-descoberta. Em 1531 aprisionou próximo do cabo de Santo Agostinho, três navios franceses carregados de pau brasil. Um dos navios foi posto a pique, outro, confiscado e transferido para comando português seguiu para Lisboa comunicando ao rei a ocorrência e o terceiro foi incorporado à frota, que neste momento foi dividida: duas embarcações rumaram para o norte, indo explorar a costa do Maranhão, e as outras cinco embarcações foram para o sul. No dia 22 de janeiro de 1532, foi fundada a vila de São Vicente, no local onde já existia uma feitoria frequentada por muitos navegantes que rumavam para os mares do sul, buscando abastecer-se de água e de alimentos. Na feitoria já havia dez ou doze casas e uma torre de defesa para se proteger dos ataques dos índios. Lá já encontraram também alguma quantidade de galinhas e porcos deixados por algumas expedições espanholas. A vila foi estabelecida numa ilha que dominava um largo trecho de costa, sendo separada do continente por um canal.


Habitavam nas proximidades dois náufragos portugueses, Antônio Rodrigues e João Ramalho (1493-1580). Antônio Rodrigues criava porcos, galinhas e algumas cabeças de gado, também deixadas pelos navios que, rumo a Índia, ali parava para o abastecimento de água potável. Era casado com uma índia e tinha muito prestígio na tribo.


João Ramalho habitava o local onde hoje se ergue o centro da cidade de Santo André da Borda do Campo. Também era casado com uma índia, filha de um cacique. Vivia da agricultura e da criação de algumas cabeças de bois e galinhas.


O desenvolvimento rápido de São Vicente propiciou o surgimento de outras vilas e povoados nas proximidades: Santos ao lado surgiu em 1536, fundada por Brás Cubas (1507-1592) e Pascoal Fernandes e São Paulo no planalto, fundada pelos jesuítas em 1554.


Comandados por Pêro Lopes de Souza (1497-1539), irmão de Martim Afonso, alguns navios subiram o rio da Prata, colocando marcos de posse portuguesa em todo o seu percurso. Pêro Lopes de Souza, também autor do ‘Diário de Navegação’, relatou que na Bahia foram deixadas algumas pessoas e sementes para serem plantadas e que no Rio de Janeiro foi construída uma ‘casa forte’.


O principal interesse de todas estas expedições era, porém, buscar informações sobre a existência de metais preciosos. Martim Afonso de Souza, a propósito, enviou para o interior do Rio de Janeiro um grupo de quatro homens que ao regressar contaram historias fantasiosas sobre a existência de ricas minas de ouro e de prata, o verdadeiro e mítico El Dorado.


Em Cananéia foi confiado a Francisco de Chaves  o comando de 80 homens que embrenharam pelo sertão em busca dessas fabulosas minas. Nunca mais voltaram e provavelmente foram aprisionados, mortos e devorados pelos índios.

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8 comments:

  1. preciso copiar tudo a mão para a minha escola

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  2. Eu Estou Fazendo um trabalho pra levarr pra escola amnha e tbm estuda pra prova isso vai car na minha prova Aff

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  3. Gostei muito e tbm me ajudou bastante

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  4. gostei.me ajudo no trabalho da escola :)

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  5. Adorei , estou no 5º ano presciso muito disso pra fazer o meu trabalho . Esse site tem pagina no facebook ? Se tiver , eu vou curtir

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  6. Gostei me ajudou no trabalho da escola

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