Leopoldo Costa
Geraldo Moacir Bordon (1925-2003) era filho de imigrantes italianos que se estabeleceram em Souzas, município de Campinas, no interior do estado de São Paulo, e que ali se dedicaram ao comércio.
Sua primeira atividade profissional, aos dezoito anos, foi de fato um armazém de secos e molhados em Sumaré, município situado na região de Campinas. Nesta mesma cidade, alguns anos mais tarde, ele enveredou para o ramo de açougues onde firmaria sua vida profissional. Começou aos poucos, abatendo um boi, um porco e também fazendo linguiças. As linguiças eram transportadas em uma carroça até a cidade de Americana, onde era comercializada.
Geraldo Bordon iniciou assim a sua atividade no comércio de carnes e nunca mais deixou de atuar neste ramo. Foi crescendo devagar.
Sonhador como era, em 1960 começou seu grande empreendimento que foi a criação do Frigorífico Bordon S.A. Expandiu seus negócios para São Carlos, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, e logo em seguida adquiriu um frigorífico em Campo Grande no Mato Grosso.
Em 1977, Geraldo Moacir Bordon era o presidente do Grupo Bordon e do poderoso Sindicato do Frio do Estado de São Paulo, o sindicato que congregava todos os grandes frigoríficos do Brasil, e disse numa entrevista publicada na ‘Revista Nacional da Carne’, que o Frigorífico Bordon era o maior grupo do segmento, seja considerado o número de funcionários, o volume de abate ou o volume de exportação. Informava ter abatido no ano de 1976 a quantidade de 650.000 cabeças de bois, o que representava quase 7% do abate nacional daquele ano.
Cinco anos depois, adquiriu o complexo industrial do Frigorífico Armour do Brasil, com sede em São Paulo. Seu foco era o mercado internacional, e um ano mais tarde concretizou seu objetivo na exportação, transformando e adaptando as unidades de sua empresa segundo os padrões de exigência dos mercados europeu e americano.
Com um abate diário de 7.200 cabeças em quatro unidades (Anápolis, Campo Grande, Presidente Epitácio, Presidente Prudente) e uma produção de 400.000 latas de carne bovina industrializada, conseguiu expandir significativamente seus negócios.
Tornou-se o maior exportador de carne do Brasil, atingindo não apenas o Mercado Comum Europeu e os Estados Unidos, como também os mercados da Ásia, Oriente Médio e África. A marca Bordon foi a pioneira no Iraque.
Geraldo Bordon foi um dos maiores empreendedores no ramo de frigoríficos da América Latina e o responsável por ter alçado o país como um dos maiores fornecedores de carne no mercado internacional.
Nos anos 80, o Grupo Bordon, que incorporava também a marca Swift era um dos maiores do mundo. Na década de 1990 começou a decadência motivada por problemas administrativos, que culminou em março de 2000 a empresa pediu concordata e as fábricas foram assumidas pelo Grupo Bertin.
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