6.19.2011

OVINOS - HISTÓRIA DA RAÇA KARAKUL

Leopoldo Costa


Esta raça especializada na produção de pele foi desenvolvida entre os anos de 2600 e 1400 a.C. no sudoeste da Ásia. O nome da raça é derivado de Qorako, uma cidade da província de Bukhara no Usbequistão.
No século VIII antes de Cristo quando os Árabes conquistaram a região eles introduziram animais da raça em Bucara e Jiva uma região muito seca, de clima rigoroso e vegetação escassa.
Depois de 1850, pela qualidade de sua pele, foi difundida por diversos países do mundo.
Pertence ao grupo de ovinos 'Ovis platyura' e são animais bastante rústicos que se adaptam bem nas regiões secas.
Em 1911 chegaram a Argentina as primeiras 21 ovelhas e 6 carneiros puros da raça, doadas pelo imperador Francisco José I da Áustria-Hungria (1830-1916) como um presente pelo centenário da independência argentina.
Possui cauda gorda, o que revela a sua capacidade de armazenar uma reserva de gordura para enfrentar períodos de subnutrição. Nunca foi selecionado em seu país de origem e não recebeu nenhuma infusão de sangue estranho. Suas características assemelham-se muito às dos ovinos primitivos. É criado por causa da pele dos cordeiros recém-nascidos, de grande valor comercial. Encontra-se, mais ou menos puro, além de sua terra natal e países limítrofes, na Rússia Européia, Romênia, Hungria, Alemanha, Polônia, Escócia, Austrália, África do Sul, Oeste da África, Estados Unidos, Argentina.
O macho pesa entre 70 e 75 kg e a fêmea pesa uma média de 50 kg. A lã com comprimento de 15 cm tem fios de espessura de 65 a 80 micros. Cobre todo o corpo do animal, é lisa, grosseira, cerrada e apresenta cor de acordo com a idade do animal: é negra no cordeiro; depois de três anos de idade, cinzenta; após os sete anos, adquire coloração branco-suja.
A cara, as orelhas e os membros são cobertos de pelos curtos e sedosos. Os cascos são cinzentos. Cabeça comprida, forte e estreita, completamente negra. Chanfro romano no macho, direito ou levemente côncavo na fêmea. Olhos grandes e claros. Orelhas estreitas, longas e pendentes, colocadas um pouco abaixo na cabeça.
Chifres em geral presentes no macho, fortes, triangulares, rugosos, chatos na base, descrevendo uma espiral, descendo por trás das orelhas e subindo até a altura dos olhos, virando as pontas para fora. As fêmeas são mochas ou apresentam chifres minúsculos. Focinho pontiagudo e boca fina. Pescoço longo e erguido, pouco espesso. Corpo estreito e comprido, com peito deprimido e quartos traseiros mais desenvolvidos. Garupa larga, longa e inclinada. Membros finos e longos, musculosos apenas nas coxas e um pouco nos braços. Cascos negros, pequenos e duros.
A raça é explorada principalmente pela finíssima pele de seus cordeiros. O valor das peles de Karakul é dado pela forma, direção e intensidade do brilho dos rolos. A idade do animal na retirada da pele, assim como os cuidados na preparação e na secagem da mesma, exercem grande influência sobre o valor comercial do produto obtido.
As peles são assim denominadas no comércio: "Breitschwanz", quando retiradas de cordeiros nonatos, com o sacrifício da ovelha entre 1 a 10 dias antes da parição; "Astracã", quando obtidas de cordeiros abatidos logo após o nascimento; "Persa", retiradas de cordeiros sacrificados com mais de 20 dias de idade.
Estes ovinos são rústicos ao extremo, criando-se facilmente em regiões semi-desérticas. Adaptam-se bem a climas secos, mesmo onde a vegetação seja escassa. Comem de preferência folhas de arbustos.
Os primeiros animais vieram para o Brasil no início do século XIX por iniciativa de Francisco de Assis Brasil (1857-1938) do Rio Grande do Sul.

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