Santo Antonio de Pádua, ou de Lisboa, nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto de 1195 (outros citam 1191) e morreu em Pádua na Itália no dia 13 de junho de 1231. Seu nome de batismo era Fernando de Bulhões. Começou como noviço Agostiniano em 1210 no Convento de São Vicente de Fora em Lisboa, transferindo posteriormente para o Convento de Santa Cruz de Coimbra onde formou-se em Direito. Em 1220 desistiu de ser Agostiniano para ser Franciscano, depois de tomar conhecimento do martírio de cinco Franciscanos que foram decapitados no Marrocos. Como destacado pregador foi escolhido por São Domingos (1170-1221), o fundador da congregação, para evangelizador, fazendo várias viagens pelo território português, pela Itália e pela França. Foi canonizado pelo papa Gregório IX (1160-1241) no dia 30 de maio de 1232.
Na biografia de santo Antonio, consta uma passagem considerada um dos grandes milagres do santo, que combatia a heresia dos Albigenses, que negavam a presença viva de Cristo na Eucaristia. Um líder Albigense na cidade de Rimini na Itália, de nome Bonvillo fez um desafio a santo Antonio sobre este dogma católico. Propôs que fosse deixado um jumento três dias sem comer, depois mostrasse um feixe de capim a ele na frente de um sacrário com uma hóstia, se o jumento prestasse reverência à hóstia, ele acreditaria no dogma. Isto foi feito em praça pública. Santo Antonio trazia um ostentório e se colocou no meio da praça e o jumento dobrou os dois joelhos e de cabeça baixa, não tocou no feixe de capim, até que o ostentório fosse retirado do ambiente. Retirado, o animal devorou o feixe de capim em um minuto.
É um dos santos de maior veneração entre os portugueses que trouxeram para o Brasil esta devoção, sendo um dos três festejados nas festas juninas.
Durante a Guerra da Restauração (1640-1668), a fé dos soldados portugueses atribuía a Santo Antonio o êxito das ações militares, tanto que D. Pedro II (1648-1706), por alvará de 24 de janeiro de 1668, determinou que, “por tão patriótico serviço”, Santo Antonio fosse alistado como praça no Regimento de Infantaria de Lagos. No dia 12 de setembro de 1683, D. Afonso VI (1643-1683) promoveu Santo Antônio ao posto de capitão. Em 25 de Março do ano de 1777 o major comandante do regimento de Lagos, lavrava em auto e endereçava a recem empossada rainha de Portugal, D. Maria I (1734-1816) pedido para que o santo fosse promovido a major.
Aqui no Brasil o santo chegou também a receber pelo menos dois proventos do Estado.
Em Pernambuco, na cidade de Igarassu, Santo Antonio recebia um salário vitalício de vereador da cidade. Este privilégio foi instituido por Carta Régia de 1754, assinada pelo rei de Portugal D. José I (1714-1777). Em 1951, uma resolução da Câmara confirmou o direito do santo em receber um salário mínimo, que era usado pelo Convento de Santo Antonio. Em 2007 a promotora do município questionou este direito, e foi recomendado a sua extinção pelo Ministério Público de Pernambuco em 2008.
Em 1710, o Rio de Janeiro contava com 12.000 habitantes. Nesse ano foi invadido pelo pirata francês Jean-François Duclerc (1670-1711), à frente de uma expedição de cinco navios e 1.000 homens desembarcou na praia de Guaratiba, pois foram impedidos pelos soldados protugueses de desembarcar no porto. Foi aí que Santo Antônio de Pádua apareceu, lutando ao lado dos soldados. Estes, com tão importante reforço, foram levados à vitória. Um mês mais tarde seus soldados penetraram na cidade pelo Engenho Velho e Catumbi. Foram enfrentados por 48 estudantes sob a liderança de Bento do Amaral da Silva (m.1711) e encurralados num trapiche da rua Direita. Duclerc foi feito prisioneiro e obrigado a ordenar a rendição. Em março de 1711, foi assassinado por dois desconhecidos.
A Coroa portuguesa, por decisão do rei D. João V (1689-1750) como forma de agradecer tão valiosa ajuda, fez dele um soldado, com direito a soldo e promoções periódicas. Isso durou 200 anos. Somente em 1910 o pagamento foi suspenso pelo governo brasileiro.
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