6.18.2011

SUÍNOS – IMPORTÂNCIA DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL

Leopoldo Costa

REBANHO E PRODUTIVIDADE

Analisando as estatísticas de um período relativamente longo de quase meio século, podemos constatar a evolução da suinocultura brasileira, não só na quantidade de animais, como na sua produtividade, revelada pelo índice de abate sobre o rebanho. Não pudemos calcular o índice de desfrute, por falta de dados sobre as matrizes existentes na maioria destes anos.

Ano
Rebanho em cabeças
Abate

Mundo
Brasil
Brasil
Cabeças
Abate/rebanho
1961
406.180.402
25.579.900
8.007.000
31,3%
1965
496.424.477
27.665.800
8.769.000
31,7%
1970
547.231.124
30.846.000
11.229.000
36,4%
1975
685.650.395
37.640.291
11.343.000
30,1%
1980
797.777.438
34.331.236
14.100.000
41,1%
1985
793.467.785
32.247.687
11.570.000
35,9%
1990
855.962.572
33.623.186
12.500.000
37,2%
1995
899.253.461
36.062.103
23.000.000
63,8%
2000
899.062.025
31.562.111
35.665.200
113,0%
2005
907.783.318
34.063.934
30.420.000
89,3%
2009
941.776.122
38.045.454
30.876.000
81,2%
Fontes: Dados primários FAO e IBGE processados pelo autor







Existem divergências principalmente nos abates entre 1985 e 2009 que alterariam sobremaneira a taxa de abate sobre o rebanho.  Uma grande parte dos abates são efetuados clandestinamente, sem registro nas estatísticas. Os dados de abate mostrados acima são da FAO. Considerando as estimativas de anuários especializados, Almanaque Abril, USDA e associações de produtores, a taxa de abate sobre o rebanho parece mais coerente. Com uma média destes dados as taxas nestes anos ficaria o seguinte:


Rebanho
Abate
Abate/rebanho
1985
32.247.687
17.100.000
53,0%
1990
33.623.186
19.200.000
57,1%
1995
36.062.103
20.500.000
56,8%
2000
31.562.111
21.000.000
66,5%
2005
34.063.934
23.100.000
67,8%
2009
38.045.454
28.100.000
73,9%









De qualquer modo, neste período a taxa de abate sobre o rebanho suíno evoluiu significativamente, saindo de 31,3% em 1961 para 73,9% ou 81,2% em 2009. Isto grosseiramente pode indicar que a idade média do animal abatido diminuiu de 38,3 meses em 1961, para 14,7 meses em 2009. Porém está ainda bem distante dos índices dos países criadores mais eficientes do mundo. Em Portugal, por exemplo, a idade média estimada pela taxa foi de 4,7 meses. O Rio Grande do Sul tem a melhor taxa do Brasil (145,2%), seguido por Santa Catarina com 101.2% e Paraná com 97.7%. Os estados do Norte e Nordeste têm taxas baixíssimas. O Brasil como um todo, está com as taxas comparáveis as do Quênia (83,7%), Bolívia (85,1%) e República do Congo (80,9%).



Ranking de Taxas de Abate sobre o Rebanho em 2009
1
Geórgia
279,9%
2
Portugal
252,3%
3
Casaquistão
237,5%
4
República Dominicana
225,9%
5
Nova Zelândia
213,6%
6
Alemanha
209,5%
7
Grécia
199,4%
8
Austrália
196,5%
9
Reino Unido
196,3%
10
Paraguai
195,0%
11
Suécia
194,3%
12
Islândia
193,6%
13
Cuba
189,3%
14
Chile
188,8%
15
Áustria
182,7%
16
Noruega
181,4%
17
Filipinas
177,6%
18
República Checa
177,4%
19
Bélgica
176,6%
20
Luxemburgo
174,4%
21
Suiça
174,1%
22
Moldávia
173,9%
23
Japão
171,4%
24
Finlândia
169,8%
25
Estados Unidos
169,4%
Dados da FAO processados pelo autor


Fora destes 25 listados devemos destacar a França com taxa de 168,2%, a Rússia com taxa de 161,1%, a Dinamarca com taxa de 156,3%, o Vietnam com taxa de 152,0% e a China com taxa de 144,3%. A China abateu 650 milhões de cabeças em 2009 e tinha um rebanho de 450 milhões de cabeças.

IMPORTÃNCIA DO BRASIL NO MERCADO MUNDIAL.

O Brasil possuindo em torno de 4.500.000 matrizes tem o terceiro maior rebanho mundial de suínos. Exportando uma média de 600 mil toneladas de carne suína por ano, divide com a Alemanha, a liderança de maior exportador, com 28% (cada um) do total do comércio mundial do produto. O consumo anual per capita no Brasil ainda é baixo, aproximadamente de 13 quilos (na média dos últimos cinco anos), enquanto na Alemanha, o consumo per capita é em torno de 55 quilos por ano.


Pela última estatística da FAO o rebanho mundial de suínos era em 2009 de 941.776.122 cabeças. Quase a metade dele  estava concentrado na China, que tinha tanto animais quanto a soma dos outros 50 países do ‘ranking’ de maiores criadores.
Os 10 maiores rebanhos nacionais eram os seguintes:


Países
Rebanho em cabeças
% do Total Mundial
China
450.880.000
47,9
Estados Unidos
67.148.000
7,1
Brasil
38.045.454
4,0
Vietnam
27.627.700
2,9
Alemanha
26.885.500
2,8
Espanha
28.289.600
2,8
Rússia
16.161.900
1,7
México
15.200.000
1,6
França
14.810.000
1,6
Fonte: FAO (estatísticas 2009)

REBANHOS ESTADUAIS DO BRASIL

No Brasil, com o terceiro maior rebanho do mundo, os cinco maiores estados criadores concentravam dois terços do rebanho nacional:


Estados
Rebanho em cabeças
% do Total Nacional
Santa Catarina
7.988.663
21,0
Rio Grande Sul
5.344.318
14,4
Paraná
5.105.005
13,4
Minas Gerais
4.639.825
12,2
Goiás
1.929.062
5,1
Fonte: IBGE Censo Agropecuário 2009

O estado de Santa Catarina tinha tantos animais quanto a soma dos rebanhos da Hungria, Argentina e Portugal. O Rio Grande do Sul tinha tantos quanto a soma dos rebanhos do Chile e Guatemala. O Paraná o equivalente a três vezes o rebanho da África do Sul. Minas Gerais tinha a mesma quantidade de suínos do Reino Unido, e Goiás tanto quanto a Colômbia.

OS REBANHOS MUNICIPAIS

O ranking municipal dos 9 maiores rebanhos (que representam 10% do rebanho total do Brasil) era o seguinte:

Municípios
Rebanho em cabeças
% do Total do seu estado
Uberlândia (MG)
668.236
14,4
Rio Verde (GO)
660.000
34,2
Toledo (PR)
495.606
9,7
Seara (SC)
421.159
5,3
Concórdia (SC)
417.338
5,2
Xavantina (SC)
318.330
4,0
Braço do Norte (SC)
277.500
3,5
Tapurá (MT)
264.800
14,2
Videira (SC)
249.752
3,1
Fonte: IBGE Censo Agropecuário 2009

Uberlândia, com o maior rebanho municipal do Brasil, possuía mais animais do que a soma dos rebanhos estaduais de Pernambuco e Rondônia. Rio Verde, com quase um terço dos suínos existentes no estado de Goiás, tinha o equivalente à metade do rebanho do estado do Maranhão. O município de Toledo tinha mais suínos do que o estado de Pernambuco. Seara e Concórdia, cada município, tinha o rebanho municipal equivalente a três vezes o rebanho de Alagoas. Xavantina, tinha o dobro do rebanho do estado do Rio de Janeiro. O rebanho do município de Braço do Norte era maior do que o do estado do Espírito Santo. Tapurá tinha o rebanho do tamanho do de Tocantins. O município de Videira tinha o rebanho igual a soma dos rebanhos dos estados de Paraíba e Sergipe.




Não deixe de também  dar uma olhada:

OS SUÍNOS: ORÍGEM, HISTÓRIA E MITOLOGIA

OS SUÍDEOS

CRIAÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL- AS RAÇAS BRASILEIRAS

SUÍNOS - PRINCIPAIS RAÇAS DO MUNDO

RENDIMENTO DE SUINOS USANDO ULTRA-SONOGRAFIA

CARNE DE SUÍNOS EM FASE DE CRESCIMENTO



No comments:

Post a Comment

Thanks for your comments...