10.04.2011

VINHO FOI DESCOBERTO POR ACASO


Bebida é conhecida pelo homem há 7.000 ou 8.000 anos, era utilizada nos rituais funerários do antigo Egito e esteve ligada a divindades gregas e romanas; segundo a Bíblia, o primeiro milagre de Cristo foi transformar água em vinho.

Muitas das grandes invenções do homem deram-se por acaso. É o que deve ter acontecido com o vinho, que, mais do que uma invenção, foi uma descoberta. Como é um produto tão natural que independe da mão do homem, é possível que um belo dia alguém tenha armazenado numa sacola, talvez alguns cachos de uva que esmagados e fermentados ao acaso tenham virado vinho.
Isso provavelmente ocorreu há 7.000 ou 8.000 anos, no Oriente Médio. Uma vez ocorrido o acidente com a sacola de uvas, não deve ter demorado muito para que a humanidade percebesse o valor de sua descoberta. A princípio, o valor etílico: deve ter sido mais fácil acostumar-se à idéia de ter à mão uma bebida alcoólica tão simples de se obter do que apreciar um sabor tão novo e diferente. Aliás, os gregos costumavam misturar de tudo da água do mar a ervas e mel a seus vinhos (hábito retomado na Idade Média). Talvez porque ajudasse a conservá-lo, talvez para disfarçar seu sabor.
A região do Mediterrâneo foi o grande centro de cultura e difusão do vinho. Os egípcios o usavam inclusive nas cerimônias religiosas dos funerais, isso por volta de 3000 antes de Cristo. Cristo, como se sabe, foi também um cultuador da bebida, que utilizou para simbolizar seu sangue.
Na Idade Média, a Igreja Católica, que já pregava seu consumo litúrgico da bebida, adotou a produção. Os hoje preciosos vinhedos da Bourgogne francesa nasceram como fonte de vinho de missa.Antes disso, a introdução dos tonéis de madeira, atribuída aos gauleses, transformou os métodos de vinificação. No século XVII, garrafas de vidro (antes usadas apenas para servir) deu novas possibilidades de conservação e transporte da bebida.
Na segunda metade do século XIX, o cientista francês Louis Pasteur explicou o milagre: a ação das leveduras (tipo de bactéria) sobre o açúcar da uva transformava-o em álcool e gás carbônico e o suco de uva, em vinho.
Nessa mesma época, a viticultura sofria com o filoxera, inseto que dizimou os vinhedos europeus. Até hoje não se sabe como eliminar o pulgão que ataca as raízes, se aprendeu a evitá-lo. As parreiras americanas de uva de mesa resistiam a ele; assim, foi replantado todo o vinhedo europeu, usando pés de parreira americana e exertando-se parreiras européias de vitis vinifera, a variedade própria para o fabrico de vinho. Salvou-se o vinhedo e preservou-se o vinho.
No Brasil, as parreiras foram introduzidas em São Vicente, no século XVI, por Brás Cubas;imigrantes italianos, ao fixarem-se na serra Gaúcha, no final do século XIX, inauguraram a que seria a principal região vinícola do país. Países produtores surgiram em todo planeta, em especial nas de mesma latitude e semelhantes condições climáticas de vinhedos tradicionais. Como se vê, o vinho acompanha o homem desde seus primórdios. E, se o homem destruir a humanidade, como vem tentando tenazmente, ao menos que tenha ao lado uma taça de vinho para seu último consolo.

Veja também:
O Segredo do Vinho

Autoria de Josimar Melo. Editado para ser postado por LC.

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