Leopoldo Costa
A história começou no início da década de 1950 quando o peão de boiadeiro José Batista Sobrinho Júnior, ou simplesmente o 'Zé Mineiro' e seu irmão Juvensor Batista, decidiram deixar Alfenas (MG) e mudar para Anápolis (GO) onde passaram a intermediar a venda de bois para os frigoríficos.
Em 1953 abriram um açougue na Vila Fabril que chamaram de 'Casa de Carnes Mineira' e começaram a abater bois e vender a carne. Abatiam apenas cinco bois por dia em situação bastante precária.
Em 1957, quando começaram as obras de construção de Brasília, os Batista, aumentaram a quantidade de bois abatidos e passaram a fornecer carne para os refeitórios das empresas construtoras de Brasilia. No máximo abatiam 30 bois por dia e além dos dois que também trabalhavam no abate, tinham mais seis funcionários. A carne era transportada de Kombi.
Como quase todos os goianos e os que chegavam a Goiás, Zé Mineiro deu nomes sonoros e interessantes aos filhos: Wesley e Joesley, que ainda crianças, começaram a trabalhar na empresa, fazendo as entregas das encomendas da clientela, ajudados por José, o mais novo, nascido no ano da inauguração de Brasília. Zé Mineiro teve seis filhos, três homens e três mulheres. Depois que Brasília foi inaugurada, resolveu aumentar o volume de carne para vender e arrendou em 1962 um matadouro em Luiziânia e passou a abater 50 cabeças por dia.
Em 1968 foi adquirido um matadouro em Planaltina (DF) que chamava Frigorífico Planalto, passando a abater 200 cabeças por dia cuja carne era também vendida para os açougues na nova capital federal. A empresa passou a se chamar Friboi e a família melhorou um pouco de vida.
Tornou-se na época quase que o exclusivo fornecedor de carne de Brasília. Brasília sempre foi uma cidade de grande poder aquisitivo, e este mercado quase cativo evitou que a crise que afetou o setor naquela década atingisse a empresa e por sua vez, aproveitando da situação econômica do segmento, no período de 1970 a 2000, adquiriu diversos abatedouros e fábricas de conservas de carne da Bordon (que era proprietário da Swift e Armour) e a capacidade de abate alcançou 5.800 cabeças por dia. As primeiras exportações de carne in natura aconteceram em 1997. Era um dos grandes fornecedores de carnes para os distribuidores e supermercados de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa cresceu.
Unidade de Barretos (SP) |
Produtos da Swift Argentina |
No final de 2005 a empresa foi acusada numa suposta tentativa de cartelização dos preços do boi no Brasil Central para prejudicar os pecuaristas, em conjunto com os frigoríficos Bertin, Independência e Mataboi. Na ocasião, as denúncias levou a Câmara dos Deputados a propor uma CPI da Carne, que não foi adiante. O Ministério Público Federal de Cuiabá ficou de investigar a suposta manipulação de preços e o dono da empresa foi convocado a depor na Comissão de Agricultura da Câmara Federal a respeito. O caso foi arquivado.
Em 2007, a empresa abriu seu capital social, mudou o nome para JBS, lançando em março uma oferta inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) onde levantou 1,6 bilhão de dólares e logo depois adquiriu a Swift nos Estados Unidos que tinha filial na Austrália. Pela Swift dos Estados Unidos pagou 1,4 bilhão de dólares, sendo 400 milhões de dólares à vista e 1 bilhão de dólares em dívidas que foram assumidas e renegociadas. Por trás desta compra esteve o governo federal e os fundos de pensão das empresas estatais (Petros, Funcef etc). O BNDESpar, o braço de participações em empresas do BNDES, apenas no segundo semestre de 2007 adquiriu 1,13 bilhão de reais em ações da empresa, dinheiro que ajudou nesta aquisição.
Em 2008, a JBS adquiriu mais duas renomadas empresas dos Estados Unidos a Smithfield Foods e a National Beef Packing.
Pela Smithfield Foods pagou 565 milhões de dólares, considerada a maior no abate de suínos e a quinta no abate de bovinos e que foi fundada em 1936 no estado de Virginia.
Pela National Beef Packing, a quarta empresa no ranking nacional de abate de bovinos, pagou 560 milhões de dólares. Com estas aquisições consolidou a sua posição no mercado estadunidense, disputando 'pari passu' com a Tyson e a Cargill.
Também, para consolidar a sua posição na Austrália adquiriu a Tasman por 150 milhões de dólares que tem seis unidades industriais: três em Victoria e três na Tasmânia.
Em 2009, pelo montante de 800 milhões de dólares, adquiriu 64% do capital da empresa especializada na criação, abate e comercialização de carne de aves, a Pilgrim's Pride do Texas, que tinha também três unidades no México e uma em Porto Rico, inaugurando sua participação no mercado de carne de aves. Com essa compra, passou a ter 43 unidades industriais, 13 postos de confinamento e 31 centros de distribuição nos Estados Unidos.
Neste mesmo ano foi efetuada a fusão com o Bertin, que só foi ratificada pelo governo federal em 2011, depois de acaloradas discussões.
Na Austrália, através da subsidiária Swift Austrália, associou-se com a Vion Foods e adquiriu por 27 milhões de dólares a Tatiara Meat Co. localizada em Bordertown, Austrália do Sul, maior exportadora australiana de cordeiros resfriados. Com isso, na Austrália, ficou com 10 unidades industriais, cinco postos de confinamento e cinco centros de distribuição.
A JBS ingressou no segmento de lácteos no final de 2009, por meio da fusão com o Bertin, detentor das marcas Leco, Vigor, Danúbio, Faixa Azul e outras. Em setembro de 2010 houve a incorporação de 100% da Vigor. A Vigor tem sete unidades industriais, três em São Paulo, duas em Minas Gerais, uma no Paraná e uma em Goiás. A Vigor é uma empresa tradicional. Foi fundada em 1918.
Em 2011, na Itália, o JBS assumiu o controle total da Rigamonti Salumificio, uma das dez maiores produtoras de embutidos do pais, que tem três fábricas e fatura cerca de 130 milhões de euros por ano. Desde 2009 já detinha 70% da empresa por ter absorvido o Bertin. Vendeu 50% do que detinha da Inalca em sociedade com Cremonini por 304 milhões de dólares e este assumiu o controle total.
A JBS hoje é a maior empresa do mundo na área de produtos de origem animal, dedicando-se a produzir e comercializar carne bovina in natura e processada, carne bovina industrializada, carne suína in natura e processada, carne de aves in natura e processada, carne ovina in natura e processada, produtos lácteos e derivados,couros, além de subprodutos bovinos, ovinos e suínos. Possui quase 200 mil funcionários que trabalham em 140 unidades industriais, 20 postos de confinamento, 52 centros de distribuição, centenas de escritórios comerciais e na administração.
No Brasil tem mais de 30 marcas próprias bem conhecidas, como Swift, Bordon, Anglo, Friboi e Sola e outras tantas nos Estados Unidos, Argentina, Austrália e Itália.
A receita anual do Grupo que é estimada em 40 bilhões de dólares é maior do que o PIB do Paraguai.
Além dos produtos de origem animal o Grupo tem investimentos diversificados, como em vegetais processados, transportes, fabricação de latas, biodiesel, banco, celulose e materiais de limpeza e higiene como a Flora, adquirida em 1980, com instalação industrial em Luiziânia (GO), que produz detergentes e sabões da marca Minuano e sabonetes da marca Albany. Em 2011, a holding do Grupo adquiriu a divisão de higiene e limpeza do Bertin (que não fazia parte do frigorifico) por 350 milhões de reais e com isso ficou proprietária das marcas de sabonetes e produtos de beleza Ox, Francis, Neutrox e Phytoderm, que irão reforçar a presença do Grupo neste segmento.
Depois de ler tudo isso a pergunta que não quer calar:
ReplyDeleteComo então dizem que o dono da Friboi é o filho do Lula?
Você tem razão Djanira, Lula nao é dono destas empresas, só ignorantes dizem isso.
Deletesimples, em 2002 que lula ganhou a eleição a jbs doou para campanhas $ 200.000,00 , em 2006 reeleição do lula ela doou $ 19.000.000,00 para campanhas, em 2006 eleição da Dilma a jbs doou $ 93.000.000,00 para campanha, em 2014 reeleição da Dilma a jbs doou para campanha $ 391.000.000,00, certamente se tudo estivesse correndo bem com PT no poder viria o Lula em 2018, asi quanto seria a doação? Bilhões...! Acorda Djanira Prata.
ReplyDeleteÉ inacreditável que esse pessoal que defende o corrupto mor Lula, e sua Anta não vejam, quanto dinheiro público foi entregue de mão beijada. Esses corruptores da JBS tem seus maiores investimentos no exterior, principalmente no Estados Unidos. Enquanto isso, aqui em pindorama, os que votaram em Lula e Dilma estão perdendo a Farmácia popular. Eu votei no Aécio, mas depois disso tudo quero que vá para cadeia o mais rápido possível. Quanto ao Lula votei duas vezes, na Dilma nenhuma. Mas por toda a desgraça que fizeram ao País eu quero que vão para a cadeia também, assim com esses bandidos da JBS que devem bilhões para a previdência é não pagam, pelos motivos que já sabemos, qubraram a bolsa brasileira, lucrando bilhões de dólares, tanto na venda de ações antes da operação carne fraco e agora lucraram milhões de dólares antes da divulgação das denúncias. Paciência, voces que defendem Lula e Dilma, olhem a situação da Venezuela é o atraso de Cuba, se eles ainda estivessem no governo, era esse o brejo que estaríamos. Abram o olho pessoal, saiam dessa apatia idiota!
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