Leopoldo Costa
O vocábulo ‘popcorn’
(‘milho estourado’), que significa 'pipoca' em inglês, é usado para designar o
produto em quase todos os idiomas do continente europeu (francês, italiano,
alemão, holandês, sueco etc.). Em espanhol usa-se 'palomitas de maíz', embora o termo inglês seja bastante divulgado.
Em catalão é 'crispetes de blat de moro',
em basco é 'krispetak' e em polonês é
'prazona kukurydza'.
A palavra portuguesa 'pipoca',
que segundo Houaiss, teve a primeira menção na literatura em 1714, é de origem
tupi e significa 'milho estalado ou estourado’.
Pipoca é uma variedade de milho, que os grãos quando
expostos ao calor, estouram em grandes flocos brancos crocantes e macios. Existem cerca de 25 diferentes tipos
de milho para pipoca, muitos deles híbridos e desenvolvidos buscando melhorar a
aparência do produto final e seu rendimento.
Da mesma forma que o milho comum, o milho-pipoca pertence à
família Poaceae e à espécie botânica Zea mays, constituindo a subespécie Zea mays everta. O milho para pipoca
difere do milho comum, basicamente, por apresentar plantas de menor porte,
colmos mais finos, com folhas em menor número e espigas e grãos menores. Seus grãos podem aparecer em vários formatos
(achatados, pontiagudos, etc.) e cores variadas, como amarelo, branco, rosa, roxo, etc.
No interior do grão de milho de pipoca existe certa
quantidade de umidade e de óleo. Diferentemente da maioria dos outros cereais,
a casca é resistente e impermeável à
umidade, e no seu interior o amido é duro e denso.
Quando o óleo e a água são aquecidos ultrapassando o ponto
de ebulição, o amido com o vapor que se forma, fica gelatinizado, macio e maleável
dentro do invólucro. Como a pressão continua a aumentar ocorre a ruptura da
casca e uma queda brusca na pressão dentro do grão que proporciona a expansão rápida do vapor, expandindo o amido e proteínas do endosperma numa espécie
de espuma aerificada, atingindo de 20 a 40 vezes o tamanho do grão original.
Como a espuma esfria rapidamente em contato com o ar, os polímeros de amido e
proteína transformam-se em flocos crocantes.
A pipoca foi descoberta acidentalmente, há milhares de anos,
pelos índios americanos. Alguns grãos secos de milho caíram no borralho e
estouraram. É uma das mais antigas utilizações para o milho. Existem evidências
do preparo de pipoca datadas de 4700 a.C encontradas no Peru e de 3600 a.C
encontradas no Novo México.
Os primeiros exploradores europeus que chegaram ao Novo
Mundo descreveram a preparação de pipoca pelos índios, que a usavam para se
alimentar, em rituais religiosos, e até para enfeitar os cabelos.
Uma pipoqueira rudimentar ainda pode ser vista hoje nas ruas de algumas cidades chinesas, que foi desenvolvida durante a dinastia Song para preparar arroz. Os grãos de milho são colocados em uma vasilha grande de ferro fundido que é fechada com uma tampa pesada e lentamente revirada sobre as chamas de um fogareiro instalado na calçada. Quando o medidor de pressão do recipiente alcança o nível desejado, ele é tirado do fogo, um saco de lona grande e colocado na boca, a tampa aberta e todas as pipocas estouram de uma vez, enchendo o saco
Existem muitas técnicas para fazer pipoca. Uma máquina
comercial de grande porte foi inventada
em Chicago por Charles Cretors em 1885, fazendo sucesso na Exposição Mundial de
1893.
Durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, na década de
1930, a pipoca era relativamente barata, custava entre 5 e 10 centavos de
dólares por saco e por esta razão se tornou um alimento popular. Durante a
Segunda Guerra Mundial, o racionamento de açúcar determinou a diminuição da
produção de doces, o que fez com que os norte-americanos passassem a consumir
três vezes mais pipocas do que tinham consumido antes.
As pipocas são oferecidas ao consumidor, salgadas ou doces. Na América do Norte, é
tradicionalmente servida salgada, muitas vezes com manteiga. No entanto, as versões adocicadas,
carameladas ou não, são também disponíveis. No Reino Unido, são vendidas salgadas
ou adoçadas apenas com açúcar, pois, a pipoca caramelizada é muito cara. No
Peru, às vezes é servida junto com pedaços de doces e leite condensado, mas é
mais frequentemente consumida apenas borrifada com sal e manteiga. No Brasil é
mais vendida a salgada, em grandes baldes nas portarias das salas de cinema.
Pacotes menores são vendidos em carrinhos próprios, nas praças, parques de
diversões, portas de escolas e de estádios de futebol.
Pelo menos seis localidades, todas no Meio-Oeste dos Estados
Unidos, arvoram-se a ser a ‘capital mundial da pipoca’: Ridgway, (Illinois);
Valparaiso, (Indiana); Van Buren, (Indiana); Schaller, (Iowa); Marion, (Ohio), e
North Loup, (Nebraska).
A pipoca é o lanche oficial das escolas do estado de
Illinois.
Hoje em todo o mundo,
a maioria das pipocas vendida para consumo doméstico é empacotada num saco
próprio para micro-ondas em diversos sabores. No Brasil, todas as marcas mais
conhecidas usam milho importado dos Estados Unidos.
Os especialistas em pipoca consideram dois fatores essenciais para a avaliação da qualidade do produto: a percentagem de grãos não estourados e quanto foi a expansão de cada grão.
Duas explicações existem para os grãos não estourarem na
temperatura adequada. A primeira é que eles não tinham a umidade interna suficiente
para criar o vapor para a explosão. A segunda explicação, segundo a pesquisa
liderada pelo Dr. Bruce Hamaker da Purdue University, é que o ele tinha a
casca perfurada e não permitiu que fosse criado pressão suficiente no seu interior.
A expansão é um fator importante para o consumidor e
fornecedor. Para o consumidor, as pipocas maiores tendem a ser mais macias e
estão associados com maior qualidade. Para o fornecedor, a expansão está
intimamente relacionada com o lucro: os pipoqueiros dos teatros, cinemas e
parques de diversões etc., compram o milho por peso e vendem a pipoca
por volume e, portanto dão preferência a que expandem mais.
Thanks a lot for sharing this amazing knowledge with us. This site is fantastic. I always find great knowledge from it. Celestial Abundance Encoding
ReplyDelete