5.30.2012

POR QUE TEMOS POUCOS HERÓIS?

Leopoldo Costa

A falta de heróis verdadeiros faz com que os meios de comunicação criem falsos heróis, nas pessoas de grandes esportistas, políticos e outros profissionais. Por que Airton Senna, Pelé, Deodoro da Fonseca são heróis?
Banalizamos o heroísmo...
As crianças já são educadas com esta distorção, pois, existem filmes, revistas e jogos de 'super heróis", que agem de modo diferente de um verdadeiro herói.
O que é um herói?


Hércules ou Héracles
Na Mitologia, herói é o filho de uma divindade com um ser humano, ou ainda um ser mortal divinizado após a sua morte.
Estes heróis legendários pertencem geralmente a uma classe nobre, e existem em um estágio inicial da história de um povo. Transcendem homens comuns em habilidade, força e coragem. Alguns têm beleza incomum, e precocidade extraordinária.

Na História, herói é um indivíduo notabilizado por suas realizações, seus feitos guerreiros, sua abnegação, coragem ou que arrisca a vida pelo dever ou em benefício de outrem. Esta imagem surgiu na época da Cavalaria Medieval. Os cavaleiros deviam ser bravos, leais, generosos, fiéis e piedosos. Deviam defender até a morte, os pobres e os indefesos e todas as causas nobres. Eram magnânimos com os seus seguidores e cruéis com seus inimigos.

Na Literatura, é o personagem principal de uma obra literária, sendo o termo também usado em um sentido restrito para qualquer figura celebrada nas antigas lendas de um povo nos primeiros épicos heroicos como Gilgamesh, a Ilíada, Beowulf, ou La Chanson de Roland.

Guerra ou aventura perigosa é a ocupação normal do herói. O Brasil tem poucos heróis. Dá para contar nos dedos. Destacam-se dentre eles, figuras como Tiradentes, Ana Néri, Frei Caneca e Sepé Tiaraju. Outros são considerados indevidamente como tais e homenageados nas escolas públicas do Brasil, mas não são heróis. Alguns lutaram por interesses escusos, defendendo outras pátrias e outras ideias políticas e filosóficas.

Também aconteceram poucas chances de surgirem heróis. Ao contrário do ocorrido em quase todos os nossos vizinhos do continente, a independência do Brasil foi pacífica e ncruenta, um arranjo na mesma família, para deixar o Brasil sob o domínio da Casa de Bragança. Foi da Casa de Bragança que herdamos a cor verde da bandeira, que mais tarde os republicanos enfeitaram, dizendo que representava as matas (o amarelo representa a Casa dos Hapsburgos, a qual pertencia a princesa Leopoldina). Graças a Deus, tivemos poucas tragédias e apenas uma guerra, mal explicada por sinal, que o Brasil aliado na época à Argentina e ao Uruguai, desbaratou o pequeno Paraguai. Jovens analfabetos foram convocados e obrigados a alistarem nas pequenas cidades do interior e juntamente com os escravos, colocar uniformes, pegar uma arma e sair matando paraguaios e suas famílias, em defesa de um capricho político de hegemonia.

A presença militar brasileira nas duas grandes guerras mundiais foi economicamente induzida pelos Estados Unidos, inclusive na Segunda Grande Guerra o Brasil ganhou de presente a Siderúrgica de Volta Redonda. Os pobres soldados brasileiros (chamados pracinhas), mal treinados e com fardamento impróprio para o clima rude da Europa, foram enviados para lutar contra um "inimigo" que muitos não assimilaram e nem entenderam a razão. Quem era Hitler? Quem era Mussolini? Quem era Hiroíto?  Por que deixaram sua pátria para lutar pela pátria de outros, sob o comando de um general dos Estados Unidos? Tinham sido instruídos nos quartéis, que as Forças Armadas eram instituições que deveria defender a Pátria.  Aqui dentro os governantes aproveitaram , para subjugar os colonos italianos, japoneses e alemães e confiscar os seus bens. Teve até campos de concentração (o primeiro foi na Ilha das Flores no Rio de Janeiro e tivemos outros no Pará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Eram para manter como prisioneiros, os que por qualquer motivo, homenageasse a sua terra natal .  Destacaram-se heróis nesta guerra, são heróis de outras pátrias. A nossa pátria não estava ameaçada. A Argentina, por exemplo, mais rica que o Brasil na época da Segunda Grande Guerra, preferiu ficar neutra e isolada até março de 1945, quando foi obrigada a fazer uma "declaração formal de guerra à Alemanha" apenas para "inglês ver"  e poder ingressar na ONU. Nesta altura a guerra já estava no fim, não enviou nenhum soldado..

Temos sim, muitos heróis anônimos, que se destacaram em acontecimentos do dia a dia e não são lembrados.



No comments:

Post a Comment

Thanks for your comments...