Proprietário do Grupo Viganó, o empresário Ambrósio Francisco Viganó (Pitty) saiu de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, nos anos de 1970 para tentar a vida no Sudeste do Brasil, e foi em Betim que ele deu o pontapé na sua trajetória de sucesso em Minas Gerais, construída com muito trabalho e dedicação nas últimas décadas. Avesso a entrevistas, ele abriu exceção para a reportagem da "Mais" e contou, com muito bom humor, um pouco sobre sua história de vida.
O meu apelido de Pitty fo porque minha mãe me chamava de Piccolo, que é "pequeno" em italiano. Por isso, ficou Pitty.
Eu não faço anos faz muito tempo. Já fiz muito, mas parei nos 51, número da boa e velha cachaça (risos).
Tenho o segundo grau completo. A vida me ensinou muito, mas não tenho formação superior.
Fui jornaleiro, engraxate, servente de pedreiro, camelô, vendi bilhetes de loteria. Em 1964, comprei uma banca de revista. Em 1969, eu tinha sete bancas. Na época, eu namorava uma menina muita rica de Caxias do Sul, e, sempre que os pais dela iam comprar revista na banca, eu pensava: ‘nunca que o pai dela vai me deixar casar com ela’. Foi aí que eu decidi ir embora de lá e buscar novos horizontes.
Meu irmão tinha uma churrascaria em Guarulhos (SP). Como estava dando certo, resolvi ficar alguns meses lá acompanhando o funcionamento do negócio. Foi quando apareceu um corretor, que me levou a Três Rios (RJ), e acabei comprando uma churrascaria na cidade. No início, servi muito churrasco. Até hoje, às vezes, eu faço isso.
Cheguei a Betim em 1970 e abri a churrascaria Gauchão, em frente à Fiat. Ela funcionou de 1970 a 1974. Em 75, comprei o Carretão, em Contagem. Betim foi onde me consolidei. Digo que não escolhi Betim, foi o vento que me levou para a cidade, de onde guardo ótimas lembranças. Atualmente moro em Belo Horizonte.
Gostava muito de uma bagunça. Tenho várias histórias inesquecíveis da minha juventude, mas elas são proibidas de contar, porque o povo pode não entender (risos). Gostava de disputar corrida na avenida Amazonas, na região Central, sem roupa. Mas isso já faz 40 anos. Quase me prenderam porque a polícia me parou, e eu estava sem documentos. Não tinha bolso para guardar (risos).
Sou solteiro, mas doido para casar novamente e ter mais filhos (risos). Tenho sete filhos. Marcos (34 anos), Alessandra (34), Natália (29), Luca (28), Maria Luiza (25), Jéssica (25) e Gabriela (24). Três meninas de um casamento, e os outros, fora do casamento. Conheci o meu sétimo filho, o Marcos, recentemente. Foi maravilhoso. A minha filha que mora em Betim, a Alessandra, estudou com ele e sempre me dizia que tinha um menino na sala dela que era muito parecido comigo e que podia ser meu filho. Eu falava que não, porque, se fosse, já teriam me cobrado pensão. Então, achava que era coisa da cabeça dela. Mas, um dia, ele me procurou para fazer DNA, eu topei, e deu certo. A nossa relação hoje é excelente. O Marcos tem jeito para os negócios. Tenho outra filha que tem esse lado empreendedor também; ela acabou de se formar e está indo para os Estados Unidos se especializar. A família é tudo para mim. Tenho uma família grande, com a qual tenho uma ótima relação. Somos todos muito unidos.
Já fui muito baladeiro, mas a idade vai chegando ... Hoje, gosto muito de ir para minha fazenda, andar a cavalo, além de viajar, sobretudo para os Estados Unidos, em Aspen, para esquiar. Fui há pouco para a Europa. Gosto de namorar muito também (risos).
Sou católico. Todos os domingos, vou à igreja. Deus é tudo para mim.
Tenho medo de morrer. Na verdade, o medo é de ficar doente, porque a gente sabe que vai morrer. Mas espero que seja sem sofrimento.
Sinto saudade do meu pai, da minha mãe e dos meus três irmãos que já faleceram. Éramos sete irmãos, quatro homens e três mulheres. Sou o caçula dos homens.
Meu sonho e casar e ter mais filhos (risos). Gosto de criança demais da conta. O Marquinhos, meu filho, tem um menino de 2 anos, o Davi. É bom demais. Tenho muita paciência com criança. No futuro eu quero amar e amar muito.
Adaptação de Leopoldo Costa da entrevista de Ambrósio Francisco Viganó concedida a jornalista Luna Lormand publicada na revista "Mais" ano III, nº 29 de fevereiro de 2015. A revista é editada pela Autogestão, Publicidade e Consultoria Ltda. de Betim MG.
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