6.07.2016

VICIADOS EM COMIDA


Como reconhecer o transtorno da compulsão alimentar (TCA)

Quem já se viu diante de uma mesa de guloseimas sabe que todos exageramos de vez em quando. Embora possamos chamar isso de "compulsão'; a definição médica para o termo se aplica quando o consumo excessivo se torna um hábito regular e incontrolável. "A principal característica é que não se consegue evitar comer, nem parar depois que se começou'; explica a Dra. Eva Conceição, pesquisadora em Psicologia da Universidade do Minho, em Portugal.

A compulsão alimentar foi oficialmente reconhecida como doença mental na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Psiquiátrica Americana, publicado em 2013 e usado no mundo inteiro.

Os cientistas não têm certeza da alimentar periódica (TCAP), mas desconfiam que haja um componente genético, como acontece às vezes com o alcoolismo.

Como costuma se ligar à ansiedade e à baixa autoestima, o TCAP pode ser tratado com psicoterapia. Os médicos também receitam várias opções farmacêuticas off-label, ou seja, fora das indicações recomendadas, como antidepressivos ou antiepiléticos. Um medicamento oficialmente sancionado para o TCAP por um órgão de saúde americano é o dimesilato de lisdexanfetamina (nome comercial, Venvanse). Já usado por pacientes com TDAH, acredita-se que essa substância reduza a compulsão alimentar de difícil controle. No entanto não é uma “pílula da dieta” e não recomendada para quem quer perder alguns quilinhos. E como distinguir o TCAP do simples excesso alimentar?

Nem sempre é fácil. Os problemas de peso não bastam para fazer o diagnóstico: embora cerca de dois terços dos comedores compulsivos sejam obesos, o contrário não é verdadeiro. Muitos gordos devem seu estado à vida sedentária, à alimentação desequilibrada ou às porções grandes demais.

O DSM-5 lista as características que distinguem o TCAP: nos episódios, que costumam acontecer pelo menos uma vez por semana, os compulsivos comem depressa e muito, estejam ou não com fome, e tendem a fazer isso sozinhos.

Caso soe familiar, procure um médico. Além de tratar os aspectos psicológicos do TCAP, ele pode aconselhar uma dieta e instituí-lo a evitar estratégias insalubres, como pular refeições ou restringir demais as calorias, que poderiam provocar novos episódios.

35% a 40% dos pacientes com TCAP são do sexo masculino.


Texto de Samantha Rideout publicado em “Seleções Reader’s Digest” Brasil, edição 1605, maio de 2016, excertos pp.20-21. Adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

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