3.22.2017

GRÊMIO LITERÁRIO E RECREATIVO DE BARRETOS - A HISTÓRIA

Sede do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos na década de 1970
Leopoldo Costa

Nos primeiros anos do século XX, a Farmácia Central de propriedade do cel. Silvestre de Lima, localizada na praça Francisco Barreto, era um dos pontos em que se reuniam algumas das mais importantes figuras da sociedade barretense. Outras 2 farmácias do centro da cidade também faziam este papel, com outras figuras da mesma sociedade, separados por divergências político-partidárias.

Foi na Farmácia Central, que em 1910, se discutiu a necessidade da fundação de um clube para a recreação, a realização de bailes e de eventos culturais. Algumas das personalidades ali reunidas que apoiaram a iniciativa foram entre outros, Alarico Lex, Fausto Lex, Mário Moreira da Silva e Dirceu de Morais. O prefeito cel. Silvestre de Lima, o vigário padre José Cécere e o juiz de direito João Batista Martins de Menezes acataram a iniciativa, assim como o cel. Antonio Olímpio Rodrigues Vieira e o cel. João Carlos de Almeida Pinto.

Mais tarde, foi realizada no dia 26 de abril de 1910, uma assembleia no prédio da prefeitura para a criação do clube e um grupo de notáveis foi escolhido para preparar os estatutos.

A primeira diretoria eleita em 5 de junho de 1910 foi presidida por Dr. Raimundo Mariano Dias. O secretário eleito foi Alarico Lex e o tesoureiro João Machado de Barros.

Em 1 de julho de 1918 a associação decidiu adquirir o primeiro prédio para sede na rua 14 com avenida 21 e para tal foi lançado 40 ações de Rs.200$000 cada. Depois desta sede o clube, antes de ser estabelecido na atual sede, funcionou em mais quatro endereços: Na rua 16 com avenida 29, na avenida 23 com rua 16, na avenida 15 com rua 16 e na rua 16 entre avenidas 19 e 21.

A disputa para assumir a diretoria do clube tinha muitas implicações políticas e em diversas ocasiões a chapa derrotada descontente chegava até a abandonar o clube. Na eleição de Anibal da Gama Salgado (da ala dos chamados "vermelhos") em 1928, a chapa derrotada (da ala dos "amarelos") chegou até a fundar um outro clube concorrente: o Clube de Barretos, de vida curta.

Durante a epidemia da gripe espanhola que em 1918 assolou a região e quase todo o Brasil, o clube se empenhou bastante, transformando a sua sede social em um pronto-socorro para atender os que foram acometidos com a doença.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, também com efetiva participação do clube, a sede desta feita foi transformada em quartel general de um batalhão de combatentes.

Um fato relevante da vida do clube foi a visita do escritor Coelho Neto em 16 de junho de 1921. Outras visitas importantes do meio cultural foram as de Martins Fontes, Tasso da Silveira e Menotti Del Picchia. Muitas figuras da política como Armando Sales de Oliveira, Altino Arantes, Washington Luís, Julio Prestes e Getúlio Vargas também visitaram o Grêmio.

Durante um longo período o Grêmio Literário e Recreativo de Barretos foi considerado um clube de elite, tendo regras específicas para a admissão de novos sócios.

Em 7 de abril de 1923, na gestão do prefeito Antonio Olimpio Rodrigues Vieira, um dos seus fundadores, o Grêmio, apesar de ser um instituição elitista, foi declarado como uma associação de utilidade pública, livrando-se assim do pagamento de impostos municipais.

Em dezembro de 1926 foi adquirido o prédio da praça Francisco Barreto pelo valor de Rs.18:500$000 que depois foi demolido e em 24 de março de 1929 foi lançada a pedra fundamental de um novo prédio.

Praça de Esportes do Grêmio na década de 1950
Em 1941, o Grêmio recebeu como doação a área que fora o antigo campo de futebol da União Esportiva, onde funcionava uma quadra de tênis. Ali foi instalada a praça de esportes do clube.

No aspecto cultural, os salões do clube serviu para apresentações teatrais e a biblioteca na época uma das maiores da cidade contava com quase 1.500 títulos.

Em 1936 a sede social foi remodelada e mais tarde o prédio foi permutado com a prefeitura que em troca cedeu ao clube um terreno de uma quadra onde era o antigo Largo da Feira entre as ruas 22 e 24 com avenida 19. A permuta foi oficializada pela lei municipal  451 de 18 de fevereiro de 1953. Um novo prédio foi construído onde é hoje a sede do clube. A comissão de construção foi presidida por Agnaldo Vilela de Andrade. Foi solenemente inaugurada em 1962.

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