8.19.2025

Marlboro - A História que a Indústria Não Quer que Você Saiba

 


"A história que a indústria não quer que você saiba" sobre a Marlboro (e a indústria do tabaco em geral) se refere principalmente às táticas de marketing agressivas, à manipulação da percepção pública e, mais centralmente, ao conhecimento dos malefícios do cigarro para a saúde, que foram escondidos ou minimizados por décadas.

1. O Culto do "Marlboro Man" e a Falsa Imagem de Saúde

De "Cigarro Feminino" a Símbolo de Masculinidade: A Marlboro foi lançada em 1924 como um cigarro "feminino", com a ponta vermelha para esconder marcas de batom e o slogan "Mild As May" (Suave como maio). No entanto, nos anos 1950, com a crescente preocupação pública sobre o câncer de pulmão, a Philip Morris (proprietária da Marlboro) precisava mudar a percepção de seus cigarros.

A Criação do "Marlboro Man": A agência de publicidade Leo Burnett criou a campanha do "Marlboro Man" em 1954, transformando o cigarro com filtro em um símbolo de masculinidade robusta, liberdade e aventura. O caubói solitário, forte e independente no Velho Oeste americano se tornou um ícone global, associando Marlboro a um estilo de vida atraente e aspiracional.

A "Contradição Mortal": A ironia trágica, e o que a indústria certamente não queria em destaque, é que vários dos atores que interpretaram o "Marlboro Man" morreram de doenças relacionadas ao tabagismo, como câncer de pulmão e enfisema. Nomes como David McLean, Wayne McLaren e Eric Lawson são exemplos notórios, o que levou a mídia a cunhar o termo "Marlboro Man original morre de câncer".

2. O Conhecimento Precoce dos Riscos à Saúde e a Desinformação

Estudos Internos: Documentos e processos judiciais revelaram que a indústria do tabaco, incluindo a Philip Morris, tinha conhecimento interno dos graves riscos à saúde do tabagismo muito antes de o público saber. Eles realizaram suas próprias pesquisas que confirmavam a ligação entre fumar e doenças como câncer, doenças cardíacas e enfisema.

Estratégias para Semear Dúvida: Em vez de alertar o público ou modificar seus produtos, a estratégia da indústria foi semear dúvida sobre as pesquisas científicas independentes. Eles financiaram "pesquisas" que buscavam contradizer ou minimizar os danos, criaram organizações de fachada e gastaram bilhões em relações públicas para confundir a opinião pública.

Manipulação de Nicotina: Descobriu-se que as empresas manipulavam os níveis de nicotina nos cigarros para maximizar a dependência dos fumantes, tornando-os mais viciantes.

3. Publicidade Dirigida a Jovens e Driblando Restrições

Substituição de Consumidores: Com a morte ou o abandono do vício por fumantes mais velhos, a indústria do tabaco precisava atrair novos consumidores. A "história não contada" é que as campanhas, apesar de negarem, frequentemente miravam adolescentes e jovens, sabendo que quanto mais cedo se começa a fumar, mais difícil é parar.

Marketing Esportivo e Cultural: Mesmo com o aumento das restrições à publicidade direta de cigarros (proibição em TV e rádio), a Marlboro foi mestre em driblar essas proibições através de patrocínios massivos.

Fórmula 1: O patrocínio de longa data à Ferrari e à McLaren na Fórmula 1, por exemplo, tornou o logotipo da Marlboro e suas cores icônicas (o "chevon" vermelho e branco) globalmente reconhecíveis, mesmo sem mostrar o produto em si. Essa era uma forma de associar a marca a velocidade, emoção e sucesso.

Outros Eventos: Patrocínios em esportes radicais, música e outros eventos visavam alcançar um público jovem e associar a marca a um estilo de vida "legal" e aventureiro.

"Produtos de Nova Geração": Atualmente, com a pressão global para o fim do cigarro tradicional, empresas como a Philip Morris (dona da Marlboro) estão investindo pesadamente em "produtos de nova geração" (como vapes, tabaco aquecido). A "história que não querem que você saiba" é que, para críticos, isso pode ser visto como uma forma de manter a dependência da nicotina e garantir o futuro da indústria do tabaco, mesmo que com produtos "menos nocivos", em vez de realmente promover um mundo livre de nicotina.

Essas são algumas das "verdades" que a indústria do tabaco, em particular a Marlboro e sua controladora Philip Morris, preferiria que não fossem tão amplamente conhecidas ou debatidas, pois revelam as táticas controversas e o custo humano por trás de seu sucesso.

Texto publicado no site Quora. Adaptado por Leopoldo Costa

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