Leopoldo Costa
O cavalo foi importante no desenvolvimento das civilizações europeias e asiáticas.
Na Europa ocidental até a Idade Média, a posse e o uso do cavalo era um privilégio exclusivo da classe aristocrática dos cavaleiros que os empregava na guerra e nos torneios.
Cada cavaleiro tinha direito a um brasão. Ser cavalheiro era uma grande honra e privilégio. Eram necessários bons cavalos e os preços tornaram-se exorbitantes, assim também de armaduras, lanças e espadas, escassas naquela sociedade agrícola e artesanal.
O preparo de um cavaleiro começava aos 7 ou 8 anos sendo o candidato era denominado ‘pajem’.
Aos 14 anos era promovido a ‘mancebo’, depois, se tornava ‘escudeiro’ numa cerimônia em que lhe cingia a espada e recebia um par de esporas de prata. Acompanhava o senhor feudal nas suas campanhas militares.
Com 21 anos chegava o grande momento. Num ritual religioso o jovem ingressava oficialmente na ordem da Cavalaria. O ‘escudeiro’ passava a noite em vigília junto ao altar da igreja em completo jejum. Na manhã do dia seguinte banhava-se e recebia uma camisa de linho branca, que simbolizava a pureza, e uma túnica vermelha, que simbolizava o sangue de Cristo. Confessava e comungava depois de assistir uma missa celebrada em sua homenagem.
No momento da consagração o moço aproximava-se do altar levando a espada para que fosse abençoada pelo bispo, ajoelhava-se ao lado do patrono (o senhor feudal a quem devia servir) e fazia o solene juramento.
O senhor feudal, o seu patrono, dava-lhe três golpes leves de espada no ombro simbolizando as últimas ofensas que ele haveria de admitir e rezava uma oração própria para o ato, enaltecendo a Deus.
Logo depois, o cavaleiro recém-consagrado saltava sobre o seu cavalo sem tocar os estribos, e saía galopando para fazer exibições para o público de sua perícia em cavalgar e em usar a espada.
Os mandamentos do cavaleiro eram os seguintes:
1. Observar os mandamentos da Igreja.
2. Proteger a Igreja.
3. Defender a fé cristã.
4. Amar a sua pátria.
5. Nunca retroceder defronte ao inimigo.
6. Combater aos infiéis sem piedade.
7. Cumprir os deveres com o senhor feudal.
8. Não mentir.
9. Ser generoso.
10.Combater a injustiça e o mal.
A maioria das ordens de Cavalaria surgiu no século XII, entre 1110 e 1130. A mais antiga e conhecida é a dos Templários fundada em 1118. A dos Hospitalários de São João foi fundada em 1120 e a dos Teutônicos em 1122.
Mais tardiamente foram fundadas já no século XIV, a famosa Ordem dos Jarreteiros na Inglaterra, instituída pelo rei Eduardo III (1312-1377) em 1344 ou 1348.
A Cavalaria teve três épocas bem definidas: a fase heroica, a fase galante e a fase de decadência.
A fase heroica é a época de máxima expressão. Defender o Cristianismo era o principal objetivo do cavaleiro. O cavaleiro caracterizava-se por ser viril, austero e conquistador. Um dos melhores representantes da época foi o herói espanhol ‘El Cid, o Campeador’-Rodrigo Diaz de Vivar (1043-1099).
A fase galante que ocorreu em fins do século XIII foi o início do declínio da cavalaria. Nesta época o cavaleiro trocou a guerra pelo galanteio. Cantava canções de amor e recitava poemas e jograis.
Na fase decadente as guerras santas perderam o sentido e os cavaleiros se tornam sedentários e vivendo no ócio. A obra de Cervantes (1547-1616, ‘Dom Quixote de la Mancha’ retrata bem este período.
Nas guerras a cavalaria era essencial e a vitória era de quem tinha os melhores cavalos.
Nas Cruzadas houve o confronto direto entre os cavalos europeus e os ágeis cavalos árabes dos maometanos.
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