Leopoldo Costa
CHIANINA
É uma raça de animais de cor acinzentada, muito antiga, originária da Itália central. O nome se deve ao vale da Chiana na província de Toscana.
Foi citada por Virgilio (70-19 aC) e Columela (4-70 dC) em seus escritos. Na Roma Imperial os animais da raça, servia de modelo para os artistas quando representassem bovinos em seus quadros e esculturas.
Inicialmente os animais da raça eram usados para tracionar arados e carroças e com o advento da mecanização suas características foram adaptadas para a produção de carne.
Os norte-americanos descobriram a raça no período de ocupação da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. No Brasil não tem muita representatividade.
MARCHIGIANA.
Quando no século V, depois da queda do Império Romano, os bárbaros invadiram a região de Ancona na costa italiana do mar Adriático, trouxeram consigo alguns bovinos branco-acinzentados para suprir de leite e de carne as suas tropas. Estes animais foram a origem da raça Marchigiana. Como a região era a Marca, daí veio a denominação.
O melhoramento da raça foi iniciado em 1850, com o cruzamento com animais das raças Chianina, Apulliana e Romagnola. Apenas na década de 1950 foi possível estabelecer a sua uniformidade.
O livro de registro genealógico foi iniciado em 1957. Na Argentina a raça foi introduzida em 1966.
No Brasil
A raça Marchigiana chegou ao Brasil na década de 1960 e foi logo conquistando interessados. Até 1975 havia desembarcado no país 120 fêmeas e 6 machos, além de muitas doses de sêmen de touros de elite italianos. Depois, foram importados mais embriões vivos e sêmen da Argentina, Canadá e Itália, levando o Brasil, em menos de 20 anos, a ter o segundo maior rebanho mundial de Marchigiana, ficando atrás apenas da Itália.
PIEMONTESA.
A raça é descendente de uma antiga linhagem de bovinos proveniente do Bos brachyceros que habitava o noroeste da Itália. Outros admitem que ela teve a sua origem no cruzamento natural dos zebuínos com os auroques (Bos primigenius) que habitavam a região do Piemonte no norte da Itália. Estes cruzamentos podem ter ocorrido, entre 25.000 a 30.000 anos antes de Cristo.
A atual raça Piemontesa foi consolidada na década de 1920, com o cruzamento de machos de origem Ibérica, com o gado selvagem que habitava as proximidades do monte Jura.
Os animais Piemonteses são privilegiados, pois possuem maior quantidade de miostatina, uma proteína que tem a propriedade de aumentar a musculatura, reduzir a quantidade de gordura na carne, mantendo a maciêz. Sua carne portanto tem menos calorias e mais proteinas com a presença do ácido graxo Omega3, de grande benefício para a circulação de sangue humana.
O livro de registro genealógico da raça foi estabelecido em 1887, mas foi interrompido em 1891. Apenas no ano de 1958 foi reestabelecido um novo livro de registros.
Na Argentina a introdução da raça foi no ano de 1990, através da importação de embriões congelados.
No Brasil.
O Piemontês foi introduzido no Brasil em 1974, na cidade de Araçatuba (SP), pelo italiano Giovanni Sacco, depois de ter realizado boas experiências com sêmen importado da Itália nos anos anteriores. Depois, disso a Itália proibiu a exportação de animais vivos. Nesse mesmo ano de 1974, foi fundada a ‘Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Piemontesa’ mantenedora do Registro Genealógico.
Um convênio foi realizado pela ‘Associação Italiana de Criadores de Piemontês’ com entidades brasileiras lideradas pela ‘Faculdade de Medicina Veterinária de Botucatu’ para o aprimoramento da raça.
ROMAGNOLA
Originário do cruzamento do boi selvagem nativo da Península Italiana com animais trazidos no século IV para a Itália pelos invasores Godos comandados por Aguinulfo. Seu ancestral é o Bos primigenius.
O nome da raça remete a região de Romagna, que compreende as províncias de Ravenna e Rimini, onde era mais concentrada a sua criação.
Foi Leopoldo Tosi, de San Mauro Pascoli, que iniciou o aprimoramento da raça em meados do século XIX.
São animais da cor gelo ou branco com manchas escuras. Os touros pesam cerca de 1.250 quilos e as vacas cerca de 750 quilos.
Os primeiros animais da raça chegaram ao Brasil em 1962 e em 1966 na Argentina, não sendo, porém uma raça muito difundida por aqui.
Muito interessante adorei as informações sobre essa raça
ReplyDeleteShow de bola, adorei!
ReplyDeletePermita-me apenas uma correção: a raça Piemontesa é privilegiada por possuir BAIXOS NÍVEIS de Miostatina, pois é ela que controla a massa muscular.
ReplyDelete“Estudos sobre os efeitos da miostatina mostraram correlação negativa entre sua expressão e massa muscular, sugerindo que possa estar envolvida na indução de hipotrofia e inibição do crescimento da musculatura esquelética.” (GUIZONI, Daniele Mendes et al., 2010). Disponível em http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n3/a017.pdf
“Seu papel, além de regular a proliferação de mioblastos durante o período embrionário e a síntese de proteína no músculo esquelético após o período embrionário, é o de regular negativamente a massa muscular...” (De ALMEIDA, 2009). Disponível em file:///C:/Users/emater/Downloads/3597-21905-1-PB.pdf
Obrigado pelos comentários.
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