6.06.2011

CISTICERCOSE E TUBERCULOSE BOVINA

Para que o consumidor tenha em seu prato uma carne bovina sadia, são necessários vários cuidados, principalmente em relação à saúde do animal. Esses cuidados são necessários desde a criação do rebanho até o abate, porém, nem sempre os pecuaristas sabem como precaver o seu rebanho das diversas doenças que podem ser adquiridas num ambiente sem a devida sanitização, controle e vigilância. Desta forma, o Ministério da Agricultura, em parceria com o Fundepec (Fundo de Desenvolvimento da Pecuária de Corte), oficializou um programa de controle da teníase-cisticercose bovina, após a assinatura do Termo de Cooperação Técnica com o Ministério da Agricultura, viabilizando a transferência dos dados sobre a ocorrência de cisticercose nos bovinos abatidos obtidos pelo Serviço de Inspeção Federal, aos produtores, no momento do abate dos bovinos de sua propriedade. Juntamente com essas informações, o pecuarista recebe, pelo correio, material de educação sanitária para que conheça a doença e seus métodos de controle.
A tuberculose, outra doença que acarreta prejuízos ao rebanho, também está incluída no programa de controle. O objetivo do programa sanitário é reduzir os índices da doença no rebanho bovino. Os alvos são as propriedades que registrarem a ocorrência da doença em abates realizados nos frigoríficos interligados ao Fundepec. Os produtores que tiverem ocorrência da cisticercose ou da tuberculose no abate estarão recebendo, junto com o Boletim Informativo de Ocorrências no Abate, uma relação de veterinários treinados pelo Fundepec para prestar atendimento a campo na propriedade.
Diagnosticada a situação real, e conforme a necessidade, serão envolvidos outros órgãos para trabalharem em conjunto com o Fundepec e buscando diminuir os índices das doenças, para que, finalmente, possam ser erradicadas a tuberculose e a cisticercose do rebanho paulista.

Que mal trazem essas doenças?

Nos últimos 10 anos, as atenções permaneceram totalmente voltadas para a erradicação da febre aftosa. Com a aftosa controlada, notou-se que diversas doenças, de importância tanto para a economia quanto para a saúde pública, também merecem cuidado. A cisticercose é uma delas, e os índices de ocorrência da doença têm aumentado, porque, até então, não havia um programa efetivo de monitoramento e controle.
O problema de cisticercose é nacional. Entretanto, é nas regiões com maior densidade populacional que ela se manifesta mais significativamente, por estar estritamente ligada à presença do ser humano que, quando portador da solitária, elimina pelas fezes cerca de 600 mil ovos por dia, que contaminam os mananciais hídricos, e acabam sendo ingeridos pelos bovinos e suínos, transformando-se no cisticerco.
Independente do destino da carcaça afetada, tanto a cisticercose quanto a tuberculose acarretam prejuízos significativos para a pecuária nacional. A estimativa é de que, na pecuária paulista, a cada 200 bovinos abatidos a perda seja de cinco carcaças que apresentam uma ou as duas doenças. Na comparação com o volume de abates realizados no Estado de São Paulo, as condenações de carcaças pela cisticercose representam cerca de 2,5%.
No frigorífico, a carcaça com cisticercose requer cuidados específicos, permanecendo congelada entre 10 e 15 dias, quando pode ser liberada para o consumo. No caso da tuberculose, o aproveitamento é condicionado ao grau de extensão da doença na carcaça, podendo ser liberada ou ir para a graxaria. A condenação na tuberculose é mais rígida e o prejuízo do congelamento é muito grande. Por esses e outros motivos, vê-se a necessidade e a emergência de erradicá-las.

Publicado na 'Revista do Açougueiro & Frigorífico'- Ano VI - Número 64 - novembro  2000 com o título de 'Controle no Abate Promove Carne Sadia', adaptado e editado para ser postado por Leopoldo Costa. 

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