6.09.2011

GOIÂNIA E SUA HISTÓRIA

Leopoldo Costa

Havia na população e nos políticos de Goiás planos de transferência da capital. Estes planos permaneceram, contudo, arquivados até a nomeação de Pedro Ludovico Teixeira (1891-1979), como interventor federal do estado de Goiás, após a Revolução de 1930. Ele recebeu apoio político para materializar o sonho secular de transferir a capital de Goiás para outra localidade. Foi criado em 20 de dezembro de 1932, uma comissão para escolher o local em que seria construída a nova capital. Vários locais foram sugeridos, como Bonfim, hoje Silvânia, Pires do Rio e o povoado de Campinas. O relatório da comissão apontou um sítio nas proximidades do povoado de Campinas como lugar ideal para a edificação. 


O plano piloto da futura cidade foi desenvolvido pelo arquiteto Atílio Correia Lima e executado pela empresa Coimbra Bueno & Cia., sob a responsabilidade dos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno. O plano urbanístico dividia a cidade em três setores, o central destinado a administração, o norte destinado ao comércio e indústria e o sul, estritamente residencial.  O plano era rádio-concêntrico sendo planejadas três avenidas confluindo para uma praça central, localizada na parte mais alta: avenidas Goiás, Araguaia e Tocantins.

Em 24 de outubro de 1933, foi lançada a pedra fundamental da construção, num gesto simbólico que marcou a fundação da nova cidade. Em 2 de agosto de 1935, foi criado, através do decreto estadual n. 327, o município de Goiânia. Em 1936, o engenheiro Armando de Godói assumiu a direção da construção e foram efetuadas algumas modificações no plano original. A efetiva transferência da capital do estado para Goiânia, somente foi oficializada em 1937. A inauguração oficial da cidade só aconteceria em 1942, quando a cidade incorporando o já existente povoado de Campinas, tinha cerca de 50.000 habitantes.

Os carros de bois foi a força que permitiu a realização das obras da nova capital. Não existiam caminhões suficientes para as tarefas. Era comum nos primeiros tempos da construção da nova capital, se deparar com fileiras de carros de bois transportando materiais de construção para os prédios que estavam sendo erguidos.
Escreveu  Aroldo de Azevedo no seu livro ‘O Brasil e suas Regiões’ de 1970/1971: ‘A ideia da transferência da capital de Goiás para local mais favorável surgiu no século XIX, face as precárias condições oferecidas pela velha cidade de Goiás. Em 1932, o governador Pedro Ludovico retomou-a com decisão, nomeando uma comissão encarregada da escolha da área onde seria localizada a nova capital; Bonfim (hoje Silvânia), Pires do Rio e Campinas figuravam entre os locais apontados, sendo o último o escolhido.Lançada a pedra fundamental a 24 de outubro de 1933, teve início a construção da cidade no planalto ondulado existente a sete quilômetros de Campinas, dentro do plano urbanístico da firma Coimbra Bueno & Cia., do tipo rádio-concêntrico ou inorgânico, no qual figuravam três zonas distintas: a Central (administrativa), a Norte (comercial e industrial) e a Sul (residencial), capazes de abrigar uma população de 50.000 habitantes. Em concurso lançado por um jornal, muitos nomes foram sugeridos para a cidade em construção: Petronina (homenagem ao governador, o mais votado), Ahanguera, Crisópolis, Heliópolis, Tupirama, Americana, Petrolândia, Goianópolis, Bartolomeu Bueno, Guaracima, Esplanada, Eldorado, Perutaba, Araguaiana, Liberdade, Marataíra, Buenópolis, Pátria Nova, Maraúba, Aspirópolis, etc. Mas o governador preferiu Goiânia, que havia recebido apenas dois votos. O novo município foi instalado a 20 de novembro de 1935. Mas a transferência do governo para a capital do estado recém-construída somente foi possível a 23 de março de 1937, em virtude da oposição política dos que teimavam em permanecer na cidade de Goiás, a velha Vila Boa’.

Evolução demográfica da cidade de Goiânia:

Ano
Habitantes
1940
48.166
1950
53.389
1960
151.013
1970
380.773
1980
717.526
1991
920.836
2000
1.093.007
2010
1.256.514
Fonte: IBGE


Hoje, Goiânia é a maior cidade da região Centro Oeste, só sendo superada por Brasília, sendo um dos importantes centros agropecuários da região.

Em 1974 o Grupo Vestey construiu na cidade o maior frigorífico do estado, O Frigorífico Anglo, que na década de 1990 foi vendido a empresários locais e hoje pertence ao Grupo JBS. Em 1981 foi inaugurado o Frigorifico Planalto que mais tarde trocou de razão social.

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