Leopoldo Costa
O mestre confeiteiro Vittorio Fasano e sua familia deixou a cidade de Milão em 1902 com o objetivo de ganhar a vida no Brasil. O Brasil na década de 1900 a 1909 recebeu 640.000 imigrantes, sendo um terço deste total de italianos e era o maior exportador mundial de café: exportando uma média de 13 milhões de sacas por ano ao preço de 187 libras cada. A família Fasano desembarcou em Santos, seguindo para São Paulo onde Vittorio conseguiu emprego na Confeitaria Castelões na rua Libero Badaró e logo se envolveu com os negócios de corretagem de café para a Itália. No ano seguinte, com um sócio inaugurou no centro da cidade, na elegante praça Antonio Prado, a 'Brasserie Paulista'.São Paulo era a segunda cidade do Brasil, tinha por volta de 240.000 habitantes, a Meca dos ricos fazendeiros e comerciantes de café. A brasserie nos moldes das parisienses que viviam a frenética 'Belle Epoque' foi grande sucesso, sendo frequentada pela elite. Em 1913 faleceu Maria, a 'Marietta', mãe dos seis filhos de Vittorio, que já tinha acumulado uma boa fortuna com a brasserie e principalmente como comerciante de café. Todos os filhos iam estudar na Itália, como era praxe entre todos os filhos da rica elite de São Paulo, para onde todo ano Vittorio viajava de férias com alguma namorada, dizem.
Em 1923 Vittorio morreu e o negócio da família veio a ser administrado por Valente Giannini, casado com Nena a filha mais velha e logo comprou a participação de todos os outros parentes. Mais tarde o empreendimento fracassou.
Ruggero, o filho mais novo, que tinha apenas 16 anos, estudava na Itália, na Escola Militar de Moncalieri, reconhecido estabelecimento de ensino próximo a Turim. Retornou ao Brasil em 1937, já casado com a bonita Ida e com dois filhos, Fabio com quatro anos e Fabrizio com dois anos. Ida era excelelente costureira especializada na moda de Paris e passou a ser disputada para confecionar vestidos para as ricas italianas como a condessa Crespi, a senhora Selmi Dei, as elegantes senhoras da familia Scarpa e da familia Matarazzo, que por falta de concorrencia e pela qualidade, pagavam o que ela pedia. Ela sabia valorizar o seu trabalho. Só em 1947, que Ruggero com o apoio de Ida conseguiu retomar a tradição da família, inaugurando na rua Vieira de Carvalho o primeiro restaurante Fasano com a ajuda de Judite Amato, uma próspera comerciante italiana do Mercado Municipal que emprestou-lhe sem juros o equivalente a 30 mil dólares para investir no restaurante. Depois do sucesso que fez, Ruggero quis devolver o dinheiro e Judite Amato não aceitou. Judite tinha a fama de receber mensagens do além e de falar com os espíritos e algumas vezes disse ter entrado em contato com Vittorio que indicava data e hora para inauguração de cada novo empreendimento da família.
Em 1952 foi reaberto o tradicional endereço da Brasserie Paulista na praça Antonio Prado e na década de 1960 chegou à avenida Paulista, no recém inaugurado Conjunto Nacional onde foi instalado a Confeitaria Fasano com badalado jardim de inverno, que descortinava a cidade, uma casa onde várias festas de formatura e batizados foram realizadas e recebeu celebridades internacionais que visitaram o Brasil, entre outros, como Nat King Cole, David Niven, Marlene Dietrich, Ginger Rogers e até Fidel Castro. Ruggero morreu em 1968 e foi sucedido pelo seu filho Fabrizio no comando dos negócios.
Em 1995, um restaurante Gero, pequeno, bem aconchegante surgiu na rua Amauri, que três anos depois foi ampliado e se transferiu para a elegante rua Haddock Lobo nos Jardins. No antigo endereço da rua Amauri foi estabelecido o restaurante Parigi. Outro restaurante Gero, denominado Caffè foi inaugurado mais tarde no Shopping Center Iguatemi na avenida Faria Lima em São Paulo. Em 2001 foi aberto um Gero no Rio de Janeiro, na rua Anibal de Mendonça em Ipanema e finalmente em 2010 um Gero no Shopping Center Iguatemi de Brasília. Em associação com Giorgio Armani foi aberto o Emporio Armani Caffè que funciona anexo a loja de São Paulo, no shopping Center Iguatemi.
Durante certo tempo o grupo Fasano foi associado à família Diniz (do Grupo Pão de Açucar), criando a rede de restaurantes 'Forneria' que com a ruptura ficaram com a família Diniz. Uma 'Forneria' funciona anexa a Daslu, luxuosa casa de moda de São Paulo.
Com o sucesso no setor gastronômico a familia decidiu investir no setor hoteleiro em sociedade com o Grupo JHSF,um dos líderes do setor imobiliário do Brasil. Em 2003, foi inaugurado um luxuoso hotel na pequena rua Taiarana, que a prefeitura para homenagear a família, trocou para rua Vittorio Fasano, próximo da rua Oscar Freire e rua Augusta. No andar térreo do imponente edificio foi estabelecido o restaurante Fasano e no primeiro andar a Trattoria Nonno Ruggero famosa pelo seu 'raviolini di mozzarella di bufala al pomodoro e basilico'. No hotel também funciona o Baretto, considerado pela revista especializada inglesa 'Wallpaper' como o melhor bar de hotel do mundo.
Em 2007 surgiu o Hotel Fasano na avenida Vieira Souto no Rio de Janeiro, funcionando o restaurante Fasano al Mare no andar térreo, especializado e premiado como um dos melhores restaurantes de frutos do mar. O Baretto Londra também funciona no hotel.
Em dezembro de 2010 foi inaugurado no Uruguai, na famosa praia de Punta del Este, o primeiro empreendimento fora do Brasil, o Hotel Fasano Las Piedras.
Em agosto de 2011 foi construido na fazenda Boa Vista, entre as cidades paulistas de Sorocaba e Porto Feliz, o hotel de campo Fasano Boa Vista. Para 2013 a sociedade Fasano-JHSF planeja inaugurar três novos hotéis em Salvador, Belo Horizonte e na praia de Trancoso na Bahia.
Atualmente o grupo Fasano é dirigido por Fabrizio Fasano e seu filho Rogerio Fasano.
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