Nos Estados Unidos, sim. Por aqui, especialistas afirmam que, embora um novo medicamento prometa uma perda de peso até 50% maior do que aconteceria só com regime, ainda assim é fundamental a indicação médica
Preocupados com o crescente aumento da obesidade e do sedentarismo, os Estados Unidos acabam de lançar mais uma arma na luta contra o excesso de peso: trata-se do remédio Alli, fabricado pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). Mas o que esse remédio tem de diferente? O seu trunfo está na venda: ele pode ser comprado por qualquer pessoa que deseja emagrecer, sem que ela precise de uma receita médica. De acordo com o fabricante, a aprovação da venda dessa pílula sem prescrição médica se deve ao fato de ela agir somente no intestino e não ter efeitos no coração ou no sistema nervoso, como algumas concorrentes.
Para que você possa entender melhor é preciso saber que o Alli tem a mesma substância ativa do Orlistat, comercializado no Brasil sob o nome de Xenical pela empresa Roche, e como conseqüência igual indicação: adultos com sobrepeso e que sigam uma dieta pobre em gorduras e calorias. Os dois medicamentos são os únicos representantes da classe das drogas consideradas inibidoras de até 30% da absorção de gordura. Ou seja, a sua atuação se dá apenas no intestino, bloqueando parte da gordura ingerida. Entre os efeitos colaterais, os mais conhecidos são os gastrointestinais (cólica e diarréia).
Mudanças de hábito
"Até com o uso do medicamento é preciso controlar a alimentação. Mesmo que se siga um regime, ainda assim se consome entre 30% a 35% de gordura. Se, além da alimentação regrada, o paciente tomar o medicamento, cerca de 10% a 12% da gordura tende a ser eliminada", explica o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica, do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas, de São Paulo.
O novo medicamento também ajuda a prevenir problemas de saúde derivados da obesidade, como diabetes, colesterol e hipertensão
"No caso de uma dosagem menor, como é a do novo medicamento Alli, ele terá menos efeitos colaterais. Mesmo assim, há pessoas que são sensíveis a determinadas substâncias, mas isso só um médico pode diagnosticar", assegura Alfredo Halpern. Eis um bom motivo para que, embora sem necessidade de ter uma receita, você visite um especialista para realizar testes preventivos e ter assistência durante o tratamento.
Para Anete Hannud Abdo, do Projeto de Atendimento ao Obeso (Prato), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo, esse medicamento específico apresenta um resultado razoável, porém o acompanhamento médico se deve também por mais um motivo: "Existem vitaminas chamadas lipossolúveis, que necessitam de gordura para ser absorvidas. Logo, dependendo do quadro clínico do paciente, ele poderá precisar de uma suplementação, como um polivitamínico, para recuperar o que foi eliminado com as fezes ou ainda partir para um outro tipo de tratamento", acrescenta a médica.
A endocrinologista lembra, porém, que a proposta do fabricante do Alli é diferente. "Ele exige do paciente uma mudança em seu estilo de vida. Não basta apenas tomar o remédio, mas mudar os hábitos alimentares, além de incluir na rotina atividade física regular. Esse remédio não é uma pílula emagrecedora, só um auxílio para o corpo absorver menos gordura, o que de fato influi no emagrecimento. Mas volto a frisar que ele é apenas um aliado na perda de peso saudável. Ainda assim, desde que indicado por um médico", assegura Anete Abdo.
Kit completo para acompanhar resultados
A empresa GlaxoSmithKline recomendou, em comunicado divulgado à imprensa, que deve ser tomada uma cápsula do Alli, de 60 mg, três vezes ao dia, junto com as refeições, para bloquear até 25% da gordura ingerida com os alimentos. O laboratório afirma que, com a administração da pílula combinada a um estilo de vida saudável, pode-se perder 50% mais do que se conseguiria fazendo apenas dieta. Outra novidade é que o remédio para emagrecer vem acompanhado de um guia de alimentação saudável, um diário, um contador de gorduras e de calorias, cartões de informações para consultas rápidas e acesso gratuito a um plano de ação individual na internet. A empresa, que mantém filial no Brasil, ainda não tem previsão de quando o remédio poderá ser vendido no País.
Texto de Fabiana Gonçalves publicado na revista "Dieta Já !" disponível no endereço http://dietaja.uol.com.br/saude-fitness/147/artigo58540-1.asp. Digitalizado, editado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

A paciência e a força de vontade nunca pode faltar a quem quer emagrecer. Nem sempre é fácil uma pessoa emagrecer e infelizmente muitas pessoas desistem de uma dieta saudável.
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