11.09.2012
UMA VEZ GORDO, SEMPRE GORDO
Pesquisadores criam um rato que explica em parte por que recuperamos facilmente o peso.
Cientistas da Universidade de Michigan e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia da Argentina criaram uma espécie de rato que, quanto mais tempo fica gordo, mais dificuldade tem de emagrecer. Segundo os autores do estudo, publicado na revista Journal of Clínical Investigation, o organismo do animal estabelece o padrão de peso como acima do usual e, mesmo perdendo peso em regime, o próprio organismo promove o ganho de peso. Segundo os autores, a obesidade é uma doença autoperpétua, o que demonstra a importância de tratá-la desde a tenra infância.
Os cientistas criaram o modelo de rato obeso desligando geneticamente o centro da fome. Ratos que tinham o centro da saciedade desligado desde o nascimento, mas que eram alimentados com uma quantidade restrita de calorias, mantiveram seu peso dentro da faixa do normal. O rato que era desde o nascimento superalimentado, e tinha o centro da saciedade desligado, ficava obeso. Mesmo quando o centro da saciedade era religado, não conseguia mais voltar ao peso ideal, ainda que submetido a dieta e a exercícios, o que prova que se recebermos farta oferta de alimentos desde a infância, e nos tornarmos obesos, em algum momento de nossa vida o corpo se programa para ficar no peso acima do normal.
BEBER MODERADAMENTE MATA OS NEURÔNIOS
Apesar de alguns estudos afirmarem que beber menos de cinco copos de vinho por semana até protege o coração, beber dois copos, no caso de homens, e um, para mulheres, diariamente, é considerado risco moderado e prejudicial à saúde. Para corroborar, um estudo da Universidade Rutgers, a ser publicado na revista Neuroscience de 8 de novembro, feito pelas doutoras Tracey Shors e Megan Anderson mostra que tanto beber moderadamente como não beber durante a semana, e beber muito no fim de semana pode reduzir a produção de novos neurônios em adultos em até 40%. As cientistas estudaram ratos que recebiam bebida alcoólica até seu nível sanguíneo de álcool chegar ao equivalente permitido em humanos para dirigir. A partir daí, contavam a produção de neurónios com esse nivel de intoxicação alcoólica no hipocampo, uma área do cérebro ligada, principalmente, ao comportamento e à memória. Perceberam que, apesar de não prejudicar a coordenação motora dos ratos, o álcool atrapalhava a saúde do cérebro e o aprendizado, impedindo a formação de novas redes neuronais. Portanto, mesmo que você não seja um rato e não dirija automóveis, não beba.
Texto de Rogério Tuma publicado na revista "Carta Capital" de 31 de outubro de 2012. Digitado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.
No comments:
Post a Comment
Thanks for your comments...